Emergências cardíacas e neurológicas: quando sintomas comuns escondem riscos mortais - Pagenews

Emergências cardíacas e neurológicas: quando sintomas comuns escondem riscos mortais

Publicado em: 26/05/2025

Emergências cardíacas e neurológicas: quando sintomas comuns escondem riscos mortais
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Emergências cardíacas e neurológicas: quando sintomas comuns escondem riscos mortais
Sintomas como cansaço, dor de cabeça e tontura, frequentemente associados a desidratação ou noites mal dormidas, podem mascarar condições graves como infarto e AVC. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), doenças cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais lideram as causas de morte global há décadas, responsáveis por mais de 18 milhões de óbitos anuais. Dados recentes (2023) do Ministério da Saúde brasileiro reforçam a tendência: 30% das mortes no país estão ligadas a problemas cardíacos, enquanto o AVC figura como segunda maior causa de mortalidade.


Sinais sutis versus alertas críticos: como diferenciar?
Desidratação, queda de pressão e tontura podem surgir após consumo excessivo de álcool ou exposição ao calor, mas também são indicativos de crises cardíacas ou neurológicas. A neurologista Jamileh Chamma, do Hospital São Marcelino Champagnat, explica: “Em quadros graves, os sintomas são súbitos e intensos. Já no caso de uma ressaca, evoluem gradualmente”. Perda de força, alterações visuais, vômitos persistentes ou dor no peito repentina exigem atenção imediata.


Fatores de risco ampliados: calor, álcool e privação de sono
O calor extremo, comum em regiões como o Nordeste brasileiro, onde temperaturas ultrapassaram 40°C em 2023, agrava riscos cardiovasculares. A combinação de desidratação, noites mal dormidas e excessos alimentares ou alcoólicos sobrecarrega o coração e o cérebro. “Esses fatores reduzem a oxigenação dos órgãos e aumentam a pressão arterial, elevando a probabilidade de eventos graves”, alerta Jamileh.


Janela de intervenção: cada minuto conta para salvar vidas
No caso de AVC, o tratamento dentro de 4h30 após o início dos sintomas pode reduzir sequelas em até 70%. “Dor no peito, mesmo que leve, nunca é normal. Pode ser o primeiro sinal de um infarto”, destaca o cardiologista Gustavo Lenci. Sinais como falta de ar ao caminhar curtas distâncias ou inchaço nas pernas acompanhado de dificuldade respiratória também exigem urgência, podendo indicar insuficiência cardíaca.


Ignorar sintomas é risco: a importância de buscar ajuda
Muitos hesitam em procurar atendimento por medo de “exagerar”, mas especialistas são categóricos: sintomas persistentes ou incomuns merecem avaliação. “Episódios transitórios, como tonturas que desaparecem sozinhas, podem ser avisos de crises futuras”, reforça Jamileh. Em 2023, hospitais brasileiros registraram aumento de 15% nos casos de jovens com complicações cardíacas ligadas a hábitos inadequados, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia.


Prevenção e conscientização: escute seu corpo
A orientação unânime é clara: não subestime sinais físicos. “Procurar ajuda rapidamente pode significar a diferença entre vida e morte, ou entre recuperação total e sequelas permanentes”, conclui Gustavo Lenci. Campanhas como Setembro Vermelho (cardiologia) e Maio Roxo (neurologia) reforçam a necessidade de educação sobre sintomas, mas a responsabilidade individual é insubstituível. Em um mundo onde o estresse e os excessos são normalizados, reconhecer limites e priorizar a saúde é um ato de sobrevivência.

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