Publicado em: 13/05/2025
Fortaleza, Ceará. A tradicional estatal dos Correios enfrenta uma turbulência financeira de proporções alarmantes. Após amargar um prejuízo colossal de R$ 2,59 bilhões no ano de 2024, um resultado três vezes pior que o já negativo ano de 2023 (com perdas de R$ 633,5 milhões), a empresa anunciou um plano drástico para tentar reverter o cenário. A meta é ambiciosa: cortar R$ 1,5 bilhão em despesas ainda em 2025.
Pacote de Medidas Amargas:
Para estancar a sangria financeira, os Correios lançaram um pacote de medidas que impactam diretamente seus funcionários e sua estrutura operacional:
A Culpa é da "Taxa das Blusinhas"?
Em nota oficial, os Correios atribuem parte significativa dos resultados negativos de 2024 ao novo marco regulatório das compras internacionais, popularmente conhecido como a "taxa das blusinhas". Segundo a empresa, a frustração na receita decorreu exclusivamente dos efeitos dessa nova legislação, que embora tenha impactado positivamente o varejo nacional, teve um efeito adverso nas finanças dos Correios, tradicionalmente um dos principais operadores logísticos para o e-commerce internacional de pequeno porte.
Receita em Queda, Despesas em Alta:
Apesar da justificativa da "taxa das blusinhas", a receita da empresa apresentou uma queda relativamente modesta de 1,7% em relação a 2023 (de R$ 19,2 bilhões para R$ 18,9 bilhões). Isso sugere que outros fatores também contribuíram para o prejuízo bilionário. Os Correios mencionam "despesas judiciais herdadas de gestões anteriores" como um peso adicional nas contas. O balanço da empresa revela um aumento tanto nas despesas operacionais quanto nas despesas financeiras, indicando um cenário complexo de gestão de custos.
O plano de corte de R$ 1,5 bilhão sinaliza a urgência da situação financeira dos Correios. As medidas anunciadas, embora visem a sustentabilidade da empresa a longo prazo, certamente gerarão debates e impactos na vida de seus milhares de funcionários. A efetividade desse plano em reverter o prejuízo bilionário será um dos principais desafios da gestão da estatal nos próximos meses.