Publicado em: 01/05/2025
Criança danifica quadro de Mark Rothko avaliado em R$ 321 milhões
Uma tela do renomado pintor americano Mark Rothko, estimada em €50 milhões (aproximadamente R$ 321 milhões), foi danificada no Museu Boijmans Van Beuningen, em Roterdã, na Holanda. A obra em questão, intitulada "Grey, Orange on Maroon, No. 8", sofreu arranhões após ser tocada por uma criança que, segundo um porta-voz do museu informou ao jornal holandês Algemeen Dagblad (AD), estava momentaneamente sem supervisão. O incidente levanta novamente o debate sobre segurança e responsabilidade em instituições culturais.
Danos à obra e ação imediata
Em declaração à BBC, o museu classificou os danos como "superficiais", especificando que se tratam de "pequenos arranhões visíveis na camada de tinta não envernizada na parte inferior da pintura". Apesar disso, a gravidade do episódio não se restringe ao impacto físico, mas também à simbologia de uma obra de tamanha relevância histórica e financeira ser exposta a esse tipo de risco. Conservadores de arte da Holanda e do exterior foram acionados imediatamente, e a instituição avalia os próximos passos para o tratamento do quadro. Ainda assim, o museu demonstrou otimismo quanto à possibilidade de restaurar e exibir novamente a pintura em breve.
A vulnerabilidade das obras modernas
Sophie McAloone, gerente de conservação da Fine Art Restoration Company, chamou atenção para um ponto crítico: a extrema fragilidade das pinturas modernas sem camadas de verniz, como as de Rothko. Segundo ela, a complexidade dos materiais utilizados, aliada à ausência de proteção tradicional e à intensidade dos campos de cor uniforme, torna qualquer imperfeição imediatamente perceptível ao olhar, o que agrava o impacto de danos, mesmo que mínimos.
Histórico de danos e precedentes
Este não é um caso isolado envolvendo obras de Mark Rothko. Em 2012, o quadro "Black on Maroon" (1958) foi vandalizado na Tate Modern, em Londres. O autor do ato foi condenado a dois anos de prisão, e a restauração da pintura demandou 18 meses de trabalho especializado, além de um custo superior a R$ 1,5 milhão. O histórico de vulnerabilidades das obras de Rothko reforça a necessidade de vigilância redobrada em museus que as abrigam.
Responsabilidade e precedentes no museu
Até o momento, o Museu Boijmans Van Beuningen não divulgou se os responsáveis pela criança serão acionados judicialmente ou financeiramente. No entanto, a instituição já demonstrou, em ocasiões anteriores, disposição para cobrar visitantes por danos causados às obras. Em 2011, por exemplo, um turista que acidentalmente pisou na instalação "Pindakaasvloer", de Wim T. Schippers, foi obrigado a arcar com os custos de reparo.
O episódio reacende discussões sobre protocolos de segurança, educação do público em ambientes culturais e a urgente necessidade de equilíbrio entre acessibilidade e proteção ao patrimônio artístico mundial.