Publicado em: 06/05/2025
Funcionários cobram salários atrasados de rede de depilação e recebem conselho celestial
Enquanto a Laser Fast, rede de depilação com lojas por todo o país, está judicialmente impedida de vender pacotes e acumula mais de 30 reclamações no Procon só em 2025, seus ex-funcionários em São José do Rio Preto (SP) enfrentam um dilema: cobrar direitos trabalhistas ou... rezar. Sim, porque a resposta da empresa a quem pede o pagamento de salários atrasados tem sido algo como: "Coloque a empresa em oração" — uma estratégia pouco convencional para resolver dívidas trabalhistas.
"Pague-nos ou amém"
Letícia, de 24 anos, trabalhou apenas um mês na Laser Fast, mas já sentiu o peso da fé (e da falta de dinheiro). Depois de receber apenas três parcelas de R$ 250 de um acordo judicial, ela mandou mensagem cobrando o resto. Resultado? Foi bloqueada. "Cortaram minha luz, e a única luz que me ofereceram foi a divina", brinca.
Já Fabiana, supervisora com cinco anos de casa, foi demitida sem receber um centavo dos quase R$ 25 mil que a empresa lhe deve. "Bloquearam a gente no WhatsApp antes de bloquear o dinheiro na conta", ironiza. A Laser Fast ainda a alertou que "ir atrás da mídia não resolve" — o que, convenhamos, é uma forma criativa de pedir silêncio.
O "milagre" do PJ
Mirella, contratada como PJ no fim de 2023, achou que estava fazendo um ótimo negócio. Até perceber que "PJ", no caso, significava "Pague Você Mesmo". "Me iludiram, não pagaram nem o café da manhã que eu tomei no primeiro dia", diz. Agora, além de esperar o dinheiro, espera um milagre — porque, pelo visto, a Laser Fast acredita mais em intervenção divina do que em direitos trabalhistas.
Enquanto isso, a Justiça mantém a empresa longe das vendas de pacotes de depilação. Talvez seja hora de ela começar a vender velas — pelo menos assim, os funcionários poderiam acender uma para iluminar essa situação.