Fortaleza,
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Publicado em: 20/05/2025
Foto: Forbes
A Margem Equatorial continua sendo o epicentro de uma batalha intensa entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental no Brasil. A Petrobras acaba de dar um passo importante em sua busca pela exploração de petróleo na região, obtendo a aprovação conceitual do Ibama para seu Plano de Proteção e Atendimento à Fauna Oleada (PPAF). Isso representa um avanço crucial em um dos requisitos para a tão desejada licença de exploração.
O otimismo na Petrobras é palpável. A estatal espera conseguir a aprovação total da licença até o final de 2025. A confirmação de reservas na Margem Equatorial poderia, de fato, redefinir o perfil de produção de petróleo no Brasil, trazendo bilhões em investimentos e impostos para o país. Só para ter uma ideia, estimativas governamentais falam em até R$ 1 trilhão em potencial de geração de receita.
Contudo, essa "luz verde" do Ibama acende um alerta GIGANTE para ambientalistas e até mesmo para técnicos do próprio órgão. A decisão da diretoria do Ibama contraria um parecer técnico anterior que apontava inconsistências e riscos significativos para a região. Afinal, a Margem Equatorial abrange uma área de biodiversidade única, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, e onde se encontra a Foz do Rio Amazonas, uma das regiões mais sensíveis e ecologicamente ricas do planeta.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por exemplo, celebrou o avanço, afirmando que a Margem Equatorial é uma "oportunidade estratégica para reduzir desigualdades históricas" na região Norte e Nordeste. No entanto, o contraponto é a real ameaça à biodiversidade e o risco de acidentes ambientais em uma área com corais e mangues que são habitats de espécies raras e ameaçadas.
A aprovação conceitual do PPAF é apenas uma etapa. Para que a licença de perfuração exploratória seja concedida, a Petrobras precisará passar por uma Avaliação Pré-Operacional (APO). Isso significa que a empresa terá que realizar simulações em campo, com a participação de centenas de pessoas, embarcações e helicópteros, para provar que tem capacidade real de proteger a fauna e responder a um eventual derramamento de óleo.
A pressão de ambientalistas e a vigilância da sociedade civil prometem manter o assunto no centro das discussões, especialmente com a proximidade da COP30, em Belém, onde o Brasil estará sob os holofotes internacionais. O caso da Margem Equatorial é um verdadeiro teste para o compromisso do país com o desenvolvimento sustentável e a busca pelo equilíbrio entre a exploração de recursos naturais e a preservação ambiental.