Publicado em: 23/05/2025
Foto: PC/MG
Belo Horizonte, MG – Uma operação da Polícia Civil de Minas Gerais desarticulou uma complexa rede de fraudes em empréstimos bancários, resultando na prisão de 15 suspeitos, incluindo gerentes e ex-gerentes de bancos. A quadrilha é acusada de causar um prejuízo superior a R$ 20 milhões a instituições financeiras, utilizando dados de, ao menos, 100 clientes que tiveram seus CPFs e CNPJs usados indevidamente.
A investigação revelou um esquema sofisticado: gerentes de banco identificavam clientes com bom histórico financeiro e repassavam seus dados para o organizador da fraude. Este, por sua vez, contratava um falsificador para criar documentos fraudulentos, usando os nomes das vítimas, mas com fotos de "clientes falsos" – pessoas que sabiam do golpe.
Com os documentos em mãos, os gerentes abriam as contas bancárias, que eram utilizadas para a contratação dos empréstimos. O dinheiro era sacado pelos "clientes falsos" e dividido entre os membros do grupo. O prejuízo financeiro recaía sobre os bancos, e as vítimas tinham seus nomes negativados, gerando um grande desgaste emocional e psicológico, como destacou o delegado Rafael Gomes.
Entre os presos na operação desta quinta-feira (22), estão quatro gerentes e dois ex-gerentes de bancos, que agora responderão por crimes como organização criminosa, estelionato, lavagem de dinheiro, falsificação e uso de documentos falsos.
Um dos gerentes confessou à polícia ter aberto 40 contas bancárias em apenas quatro meses, recebendo uma comissão de 10% por cada uma. A Justiça já decretou o bloqueio de 97 contas bancárias de pessoas físicas e empresas ligadas ao esquema.
Em resposta à operação, o Banco do Brasil afirmou ter apoiado as investigações, enquanto o Santander destacou seus sistemas eficazes para identificar desvios de conduta. O Itaú Unibanco repudiou os comportamentos antiéticos e reforçou seu apoio às autoridades. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também se pronunciou, repudiando o envolvimento de funcionários em ações criminosas e reiterando a parceria com as forças policiais.
A polícia apreendeu documentos, computadores e telefones em escritórios e residências na capital mineira e no interior do estado, que devem auxiliar nas investigações.