Publicado em: 02/05/2025
Planalto reconhece que crise na Previdência enfraquece discurso de rigor contra fraudes
O governo Lula enfrenta um dilema político com a permanência do ministro Carlos Lupi (PDT) na Previdência Social. Internamente, avalia-se que sua continuidade no cargo prejudica a narrativa de ação firme contra as fraudes no INSS, especialmente após a demora em combater descontos ilegais que se agravaram durante sua gestão.
Pressão crescente e expectativa de saída
Aliados de Lupi percebem um claro movimento para sua "fritura", com expectativa de que ele renuncie ainda nesta sexta-feira (2). Inicialmente, Lula pretendia adiar a decisão para a próxima semana, mas a crise acelerou o processo. O Planalto tenta destacar que desmontou um esquema que começou em 2019, mas não consegue justificar por que o ministro só agiu dez meses após ser alertado sobre as irregularidades.
Falhas na gestão e desgaste político
Lupi foi informado das fraudes em junho de 2023, mas as regras mais rígidas só foram implementadas em abril de 2024 – período em que os descontos ilegais cresceram. Embora não seja citado nas investigações, sua lentidão na resposta tornou-se um problema político. A situação piorou quando ele resistiu a demitir o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, seu indicado, após ordem expressa de Lula.
Isolamento e nova direção no INSS
Após o episódio, Lupi foi excluído das decisões críticas. A escolha do novo presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, foi conduzida pelos ministros da AGU e CGU, sem sua participação. O Planalto busca agora controlar os danos, mas a crise expõe fragilidades na gestão da Previdência e coloca Lula em uma encruzilhada: manter um ministro desgastado ou promover mais uma mudança em seu gabinete.