Publicado em: 02/04/2025
Um vídeo que circula nas redes sociais tem gerado debates acalorados sobre os limites da educação infantil. Nas imagens, um pai, cuja identidade não foi revelada, obriga a filha a caminhar longas distâncias de volta para casa após a menina se recusar a sair do carro e fazer birra.
O vídeo, que já acumula milhões de visualizações e milhares de comentários, mostra a criança visivelmente irritada e chorando enquanto segue o pai pela calçada. A atitude do homem dividiu opiniões: enquanto alguns internautas o elogiaram por supostamente ensinar uma lição à filha, outros criticaram a exposição da criança e a consideraram uma atitude cruel.
O caso reacendeu a discussão sobre os métodos de educação infantil e os limites entre disciplina e punição. Especialistas em desenvolvimento infantil alertam para os possíveis impactos negativos de atitudes como a do pai, que podem gerar traumas e inseguranças na criança.
Por outro lado, alguns pais defendem a necessidade de impor limites e responsabilidades aos filhos desde cedo, argumentando que a falta de disciplina pode levar a comportamentos problemáticos no futuro.
A birra é uma fase comum na infância, mas que pode gerar muita dúvida e angústia nos pais. Em entrevista exclusiva à Page News, a psicóloga infantil Mariana Silva explica que a birra é uma forma da criança expressar seus sentimentos, já que ela ainda não sabe lidar com eles. "É como se fosse um curto-circuito emocional", diz Mariana. "O cérebro da criança ainda está em desenvolvimento, e ela não tem as ferramentas para controlar suas emoções".
Segundo Mariana, a birra é uma forma de comunicação. "A criança chora, grita, se joga no chão porque não sabe falar o que está sentindo", explica. "É como se ela estivesse dizendo: 'Eu não sei lidar com isso!'". A psicóloga também ressalta que a birra é mais comum entre os 2 e 5 anos, fase em que a criança está desenvolvendo a fala.
A primeira dica de Mariana é manter a calma. "Eu sei que é difícil, mas gritar ou bater só vai piorar a situação", diz. "A criança precisa se sentir segura e acolhida". A psicóloga também recomenda:
Mariana alerta para algumas atitudes que podem piorar a situação:
Se a birra for muito frequente, intensa ou durar muito tempo, Mariana recomenda procurar ajuda profissional. "Pode ser que a criança tenha algum transtorno, como o Transtorno Opositivo-Desafiador (TOD)", explica. "Nesses casos, é importante ter acompanhamento médico e psicológico".