Publicado em: 06/04/2025
Geração Z em crise: diplomas universitários não garantem emprego em meio a turbulência econômica
A Geração Z enfrenta uma dura realidade: nos EUA, 4,2 milhões de jovens entre 18 e 24 anos estão desempregados (Bureau of Labor Statistics, 2024), enquanto no Reino Unido, o número chega a 120 mil (ONS). O paradoxo é cruel — nunca tantos tiveram acesso ao ensino superior, mas 37% dos formados trabalham em áreas que não exigem diploma (Federal Reserve, EUA).
O colapso das promessas do ensino superior
Enquanto cursos como enfermagem e tecnologia mostram taxa de empregabilidade acima de 82%, graduações em humanidades caíram para 48% (Georgetown University). O custo é devastador: nos EUA, a dívida estudantil atingiu US$ 1,77 trilhão em 2024, com 15% dos jovens inadimplentes. No Reino Unido, 25% dos graduados ganham menos do que quem optou por formação técnica (IFS).
Inteligência Artificial e custo de vida: a tempestade perfeita
A revolução tecnológica agrava o cenário: 42% das vagas tradicionais para recém-formados estão sendo automatizadas (McKinsey). Simultaneamente, a inflação nos EUA (3,9%) e no Reino Unido (4,2%) corroem o poder aquisitivo, criando uma "geração encalacrada" — qualificada, mas sem perspectivas.
Alternativas emergem: o novo mapa da empregabilidade
Jeff Bulanda, da Jobs for the Future, destaca que cursos técnicos de 6 a 12 meses têm taxa de colocação 30% maior que muitas graduações. Nos EUA, o setor de energias renováveis oferece 114 mil vagas não preenchidas por falta de mão de obra qualificada (Departamento de Energia).
Soluções urgentes: além da sala de aula
Lewis Maleh, da Bentley Lewis, propõe medidas concretas:
Orientação profissional obrigatória nas escolas, com dados reais de empregabilidade por curso;
Parcerias educação-empresa: 72% dos aprendizes conseguem emprego permanente (UK Gov);
Saúde mental integrada: 56% da Geração Z relata ansiedade ligada ao futuro profissional (American Psychological Association).
Um chamado para ação imediata
Enquanto universidades tradicionais veem matrículas caírem 11% (EUA) e 9% (UK) em 2024, a OCDE alerta: países que não adaptarem seu sistema educacional à nova economia podem enfrentar uma "geração perdida". A solução exige reinvenção radical — transformar diplomas em pontes reais para o mercado, não em passagens para o endividamento e frustração.