Publicado em: 28/04/2025
O que significa se sentir atraído por outra pessoa quando você tem um parceiro
Estar em um relacionamento consolidado e, de repente, notar uma faísca por alguém de fora pode dar um frio na espinha — e é para levar a sério, sem pânico. Amar e desejar são processos neurológicos distintos: amar ativa regiões de vínculo e segurança, já o desejo dispara sistemas de recompensa e curiosidade. Segundo a pesquisa “Radiografia da Infidelidade e Infiéis no Brasil” (julho 2024), 8 em cada 10 brasileiros admitiram já ter se sentido nesse dilema de atração simultânea.
Por que a atração não é sinônimo de término
Sentir um impulso físico ou emocional por outro não aciona automaticamente o gatilho do divórcio. A vida amorosa é multifacetada e o pipeline de atrações é nativo do ser humano: não controlamos o gatilho, mas definimos o curso da ação. Um levantamento internacional de 2025 aponta que 35 % dos brasileiros admitiram ter se envolvido em algum tipo de infidelidade, e 57 % desses episódios ocorreram via aplicativos de encontros. A mensagem estratégica aqui é: atração é insight, não compromisso.
A perspectiva da psicologia
María Esclapez, em “Eu me amo, eu te amo”, reforça que valorizar a estética ou sentir aquele “match” repentino não rebaixa o amor que você já consolidou. A atração é um processo fisiológico — dopamina, adrenalina, serotonina — e não se confunde com o afeto profundo. Amor e desejo operam em modalidades de rede neural diferentes; é como comparar um ERP robusto a um chatbot entusiasmado.
Atração é sentimento, não ação
Você é livre para sentir, basta gerir o fluxo: reconhecer a emoção, mapear seu impacto e decidir o próximo sprint. No reality “A Ilha da Tentação”, casais são expostos a novas alternativas e aprendem a deliberar: manter o foco no core business afetivo ou pivotar para uma nova oportunidade de atração.
Quando a atração pode sinalizar fragilidade no vínculo
Se o fascínio externo vem acompanhado de conexão emocional profunda — aquela sintonia de valores, empatia e bate-papo que preenche lacunas do relacionamento atual — talvez haja gaps no escopo afetivo que precisem de revisão. Esse gap momentâneo pode indicar necessidades emocionais não atendidas, sensação de solidão ou até sinalizar que o love ROI interno está em queda.
Responsabilidade emocional e escolha consciente
Como assinala Silvia Congost, cabe a você “rodar a análise de risco” antes de avançar: seguir o impulso e arriscar uma infidelidade ou adotar uma política de distanciamento para reavaliar a estratégia do relacionamento antes de tomar decisões que podem gerar arrependimento. A ética de projeto emocional manda que o backlog de ações não inclua traição.
Dica final: comunicação e honestidade
No playbook do amor, a transparência é o KPI mais relevante. Se o relacionamento atual não está 100 % alinhado com seus objetivos afetivos, feche o contrato antes de assinar outra parceria emocional. A infidelidade gera um impacto de longo prazo no stakeholder traído — então, priorize um offboarding respeitoso em vez de um break intempestivo.