Carrillo: no Peru é a peça-chave no título do Corinthians

Carrillo: de "acabado" no Peru a peça-chave no título do Corinthians
André Carrillo, 33, viveu anos de ostracismo no futebol. Após seis temporadas na Arábia Saudita – com passagens por Al-Hilal e Al-Qadisiyah –, o peruano foi tachado de "acabado" em seu país, perdeu espaço na seleção e ficou fora de três convocações consecutivas. Em 2023, chegou ao Corinthians sem custos, em uma aposta arriscada que hoje se revela um trunfo.

A queda e a reinvenção tática
Criticado por priorizar clubes do Oriente Médio, Carrillo enfrentou hostilidade até de torcedores peruanos. "Me davam como acabado. Decidi trabalhar o dobro", disse ao GE. A virada veio com Ramón Díaz: no Al-Hilal (2022), o técnico argentino o reposicionou de ponta a volante. Em 2024, Díaz insistiu em trazê-lo ao Corinthians, convencendo a diretoria com um áudio pessoal.

Impacto imediato e resgate da carreira
No Timão, Carrillo virou o "motorzinho" do meio-campo. Em 35 jogos, marcou 2 gols e deu 3 assistências, sendo decisivo no título paulista de 2024. Sua consistência o levou à seleção do Campeonato Brasileiro e, mais importante, reconectou-o ao Peru: na última Data FIFA, foi essencial na vitória de 3 a 0 sobre a Bolívia, reacendendo as chances de classificação para a Copa de 2026.

Um risco que valeu a pena
A mudança para o Brasil exigiu sacrifícios – a família, adaptada à Arábia, ficou inicialmente receosa. Hoje, o jogador colhe os frutos: "Estou levantando título, sendo querido pela torcida e voltando à seleção. Dei a volta por cima". Com 78% de aproveitamento nos desarmes no Brasileirão 2024 (dados da Sofascore), Carrillo prova que críticas não definem um legado – especialmente quando talento e resiliência se unem.