CBF mira técnico estrangeiro para Seleção Brasileira

CBF mira técnico estrangeiro para Seleção Brasileira em meio a pressão por resultados
A busca da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por um novo técnico ganha contornos de urgência, com o chileno Manuel Pellegrini entrando no radar. Atual comandante do Real Betis (ESP), Pellegrini é visto como uma alternativa à persistente indefinição sobre Carlo Ancelotti, prioridade da entidade. A possível contratação de um estrangeiro — algo inédito desde 1965 — reflete a crise de identidade do futebol nacional: o Brasil não vence uma Copa do Mundo há 22 anos e amarga a pior fase de sua história em eliminatórias, ocupando o 6º lugar nas disputas para 2026.

Pellegrini: histórico de sucesso e obstáculos contratuais
Revelado pelo jornal chileno La Tercera, o interesse da CBF pelo técnico de 70 anos resgata uma antiga pretensão. Em 2014, após o fracasso da Copa em casa, Pellegrini foi cotado para substituir Luiz Felipe Scolari, mas optou por permanecer no Manchester City. Agora, seu trabalho no Betis — clube que liderou à Copa do Rei em 2022 e mantém consistentemente no topo da La Liga — reacendeu as tratativas. Fontes do clube espanelho confirmaram que intermediários brasileiros já iniciaram conversas, mas destacaram o contrato vigente até 2026, com multa rescisória de €10 milhões.

Ancelotti segue como plano A, mas Real Madrid complica negociação
Apesar do movimento em torno de Pellegrini, a CBF mantém Carlo Ancelotti como principal alvo. O italiano, porém, nega acerto prévio e reforça que só discutirá o futuro após o Mundial de Clubes de 2025, sob contrato com o Real Madrid. A postura gera incertezas: caso o Brasil espere até meados de 2025, terá menos de um ano para preparar a equipe para as eliminatórias decisivas. Dados da FIFA mostram que, desde 1990, apenas dois técnicos assumiram seleções com menos de 12 meses antes de uma Copa — nenhum deles chegou à final.

Jorge Jesus surge como opção de "emergência" em cenário turbulento
Enquanto Ancelotti e Pellegrini dependem de quebras contratuais, o português Jorge Jesus se coloca como alternativa imediata. Atual campeão asiático pelo Al-Hilal (ARA), ele já sinalizou disposição para rescindir o vínculo e assumir o Brasil. Jesus, porém, carrega resistência entre torcedores: em 2023, uma pesquisa do GE apontou que 68% dos brasileiros rejeitam sua contratação, citando estilo de jogo pragmático e falta de identificação cultural.

Estrangeiro na Seleção: risco ou reinvenção necessária?
A possível chegada de Pellegrini ou Jesus acende debates históricos. De um lado, especialistas como Júnior, ex-jogador da Seleção, defendem que "o Brasil precisa de um choque de gestão". De outro, críticos alertam para os riscos: das 10 maiores seleções do ranking FIFA, apenas o Brasil nunca teve um técnico estrangeiro. Enquanto a CBF navega nesse impasse, a torre de marfim do futebol nacional aguarda — e o relógio corre contra a reputação de um país que já foi sinônimo de futebol soberano.