Publicado em: 23/03/2025
Ceará conquista bicampeonato cearense de forma invicta em clássico carregado de tensão e história
Com recorde estadual e drama até os minutos finais, Vovô consolida hegemonia em duelo que reflete a rivalidade centenária no futebol cearense.
O Ceará entrou para a história ao sagrar-se **bicampeão cearense de 2023 de forma invicta, após um empate em 1 a 1 com o Fortaleza neste sábado (22), no Castelão. O título, conquistado em meio a um cenário de alta pressão e reviravoltas, marca o **47º troféu estadual do Alvinegro** – agora o maior vencedor do Campeonato Cearense, superando o rival por um título (46). A vitória simbólica, porém, não esconde a gravidade de um duelo que expôs a intensidade de uma rivalidade que transcende gerações.
Um jogo de nervos de aço e decisões cruciais
O primeiro tempo da finalíssima foi um reflexo da tensão entre os times: marcado por tackles firmes, espaços fechados e apenas duas chances claras (cabeçada de Marllon na trave e finalização de Pikachu por cima). O equilíbrio só se quebrou aos 5 minutos do segundo tempo, quando Gastón Ávila, do Fortaleza, foi exposto por entrada violenta em Fernando Sobral – decisão ratificada pelo VAR.
Apesar da superioridade numérica, o Ceará recuou, e o Fortaleza surpreendeu aos 14 minutos com gol de Lucas Sasha, inicialmente anulado e confirmado após revisão. O placar, que levaria à disputa de pênaltis, exigiu reação imediata do Vovô. Aos 27 minutos, Pedro Raul emergiu como herói ao cabecear magistralmente um cruzamento de Fabiano, empatando o jogo e garantindo o título.
Dados que definem uma era
Invicto histórico: O Ceará não perdeu nenhum dos 13 jogos na competição (9 vitórias, 4 empates).
Domínio recente: É o segundo título consecutivo do clube, que também venceu a edição de 2022.
Cenário nacional: Enquanto o Fortaleza prioriza a Copa Sul-Americana, o Ceará foca na Série B do Brasileirão, tornando o estadual um termômetro estratégico para ambas as gestões.
Rivalidade que alimenta legados
A expulsão de Ávila, as interferências do VAR e a lesão de Renato Kayzer (que deixou o Fortaleza com 9 em campo no fim) ilustraram o peso físico e emocional do clássico. O Vovô, mesmo com chances claras de ampliar (como o chute de Guilherme no travessão aos 43), optou pela contenção, enquanto o Leão enfrenta questionamentos após perder a chance de igualar o número de títulos.
Um título além do placar
Mais que um troféu, o bicampeonato reforça a resiliência do Ceará em um momento delicado financeiramente para clubes nordestinos. Para o Fortaleza, a derrota acende alertas: é a primeira vez desde 2018 que o time não levanta a taça cearense.
Em um estado onde o futebol é espelho de identidade, o Vozão escreveu mais um capítulo de sua trajetória – não sem antes lembrar que, no clássico Rei do Ceará, cada detalhe pode ser eternizado na memória de milhões.