CEO do Santos detalha desafios e expectativas sobre a permanência de Neymar

CEO do Santos detalha desafios e expectativas sobre a permanência de Neymar no clube
O retorno de Neymar ao Santos transcendeu o âmbito esportivo, gerando impactos financeiros e estruturais que testam a capacidade de gestão do clube. Em meio a expectativas elevadas e um cenário econômico delicado para o futebol brasileiro, Pedro Martins, CEO do Peixe, revelou os esforços por trás da operação e a complexidade de manter o astro no elenco.

Engenharia financeira e sacrifícios mútuos
Martins destacou que a viabilização da volta de Neymar exigiu ajustes financeiros meticulosos. “Tivemos que recalibrar todo o orçamento para acomodar um salário compatível com seu status, ainda que ele tenha abrido mão de valores significativos”, afirmou. Segundo o executivo, patrocinadores enxergam na imagem do jogador um potencial de retorno excepcional, refletido em novos contratos firmados pelo clube. “Esses acordos são vitais para equilibrar as contas e garantir que o investimento no Neymar seja autossustentável”, explicou. Dados recentes indicam que o Santos já captou R$ 80 milhões em novas parcerias desde o anúncio da volta do camisa 10, um sinal claro do peso comercial do movimento.

Renovação até 2026: um projeto de reconstrução
A diretoria santista trabalha para estender o vínculo de Neymar até a Copa do Mundo de 2026, mesmo com o contrato atual vigorando apenas até junho de 2025. Martins reconheceu a imprevisibilidade das negociações, mas revelou otimismo: “A parte mais difícil foi reconquistar sua confiança e trazê-lo de volta. Ele está aqui por amor ao clube, não por interesse financeiro – inclusive, está perdendo recursos ao optar pelo Brasil”. O CEO ressaltou que a conexão emocional do jogador com o Santos é o principal combustível para as tratativas. “Ele quer ser protagonista dessa reconstrução, e isso nos dá esperança”, completou.

Futuro incerto, mas relações fortalecidas
Apesar da ausência de garantias formais, Martins apontou o bom relacionamento entre Neymar, sua comissão e o clube como um termômetro positivo. “A satisfação dele no dia a dia é nosso maior indicativo. Não há nada assinado, mas a sintonia atual me permite sonhar com sua permanência”, concluiu. Enquanto isso, o mercado observa com atenção: o risco de o projeto fracassar traria repercussões financeiras e simbólicas graves para o Santos, que aposta alto na reedição do idolo como alicerce para reerguer sua trajetória. A pressão por resultados esportivos e a sustentabilidade econômica do acordo seguem como desafios urgentes em um cenário de crescentes dívidas no futebol nacional.