Eliminação do Fortaleza na Copa do Brasil expõe fracasso

Eliminação do Fortaleza na Copa do Brasil expõe fracasso esportivo e prejuízo milionário

A eliminação do Fortaleza na Copa do Brasil representa mais do que apenas uma derrota esportiva — é o reflexo de um cenário preocupante para o clube em 2025. Mesmo com o maior orçamento da sua história e uma pré-temporada internacional nos Estados Unidos, o time cearense acumula tropeços graves. A queda precoce diante do Retrô-PE, na Arena Castelão, com uma derrota por 4 a 1 nos pênaltis, encerrou a participação do Leão ainda na 3ª fase da competição. Um duro golpe, tanto pelo contexto esportivo quanto pelo impacto financeiro.

Durante os 180 minutos da disputa, o Fortaleza empatou as duas partidas por 1 a 1 contra um adversário de bem menos expressão. O Retrô-PE é apenas o 11º colocado da Série C, apesar de ter conquistado o título da Série D e o vice-campeonato estadual, em um ano instável no qual já passou por quatro treinadores. Ainda assim, o Tricolor de Aço não demonstrou superioridade em nenhum dos confrontos, seja na Arena Pernambuco ou em casa, no Castelão. O goleiro João Ricardo evitou um vexame ainda maior com defesas fundamentais no segundo tempo do jogo de volta.

Esse revés se soma a uma série de insucessos recentes. Em 2025, o Fortaleza já perdeu para equipes como Altos-PI, Sousa-PB e CRB. Foi vice-campeão cearense para o arquirrival Ceará, classificou-se para o mata-mata da Copa do Nordeste na última posição entre os classificados e enfrenta um início ruim na Série A do Brasileirão. Além disso, a permanência na Libertadores está ameaçada, com um confronto decisivo diante do Racing, no temido El Cilindro, em Avellaneda, marcado para a próxima quinta-feira (29).

É evidente que os objetivos estabelecidos para o ano estão se desfazendo. O desempenho do Fortaleza até aqui é preocupante, e se não houver uma reação imediata, a temporada pode desandar de vez.

Rombo financeiro

A expectativa da diretoria tricolor para a Copa do Brasil de 2025 era ambiciosa: alcançar, no mínimo, as quartas de final. Com isso, o clube projetava arrecadar ao menos R$ 10,6 milhões em premiações. No entanto, a eliminação na 3ª fase garantiu apenas R$ 2,3 milhões em receita, deixando um buraco de R$ 8,3 milhões no planejamento orçamentário.

Esse déficit agrava ainda mais uma situação financeira já delicada. As contas do clube em 2024 fecharam com um prejuízo de R$ 17 milhões. Internamente, a instabilidade também se reflete em mudanças no departamento de futebol, que passaram a ocorrer ainda em abril deste ano.

Com menos dinheiro em caixa e mais pressão por resultados, o Fortaleza precisará encontrar soluções rápidas — tanto dentro quanto fora de campo — para evitar que 2025 se torne um dos anos mais problemáticos da sua história recente.