Publicado em: 30/04/2025
Fortaleza,Ce-Uma nuvem de apreensão paira sobre o universo tricolor. Um documento do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) do Fortaleza Esporte Clube revelou um déficit alarmante de mais de R$ 80 milhões no balanço referente ao exercício de 2024. O diagnóstico financeiro acendeu um sinal de alerta entre os conselheiros, que manifestaram "profunda preocupação com a saúde financeira" do clube do Pici.
O relatório explosivo será minuciosamente analisado e votado para aprovação na reunião do Conselho Deliberativo, agendada para esta quarta-feira (30). Os números frios do balanço escancaram a realidade: uma receita total de R$ 154.421.075,51 confrontada por uma despesa colossal de R$ 234.738.964,92, resultando em um rombo financeiro de R$ 80.317.889,41.
De acordo com as informações contidas no documento, um dos principais catalisadores desse déficit bilionário teria sido a contabilização equivocada de receitas provenientes da Liga Forte União, entidade da qual o presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, está à frente.
Ainda segundo o COF, o impacto do déficit no último trimestre de 2024, bem como o consolidado do ano, foi fortemente influenciado por essa receita da Liga Forte União, recebida ainda em 2023, e contabilizada de forma inadequada. Na época, baseando-se em um parecer dos próprios presidentes das Ligas, optou-se por reconhecer em um único exercício (2023) uma receita que, na verdade, seria diluída ao longo de 50 anos. Essa manobra contábil, que já havia sido questionada pelo COF, inflacionou artificialmente o resultado do ano anterior, gerando agora essa ressaca financeira em 2024.
Outros pontos nevrálgicos na mira do Conselho
A preocupação do Conselho não se resume ao erro contábil da Liga Forte União. O documento também aponta para a constatação de "erros de conciliações ou a sua falta das contas patrimoniais e de resultado transferidas à SAF após a cisão efetivada no terceiro trimestre de 2024".
Entre os pontos de atenção destacados, estão contas que foram zeradas ou encerradas sem a devida apresentação dos lançamentos contábeis de encerramento e repasse. Além disso, o COF apontou movimentações financeiras delicadas, como pagamentos em espécie a fornecedores, diárias e ajudas de custo sem os registros legais adequados, e reembolsos sem comprovantes de despesas válidos.