Publicado em: 25/03/2025
Dado Dolabella revela batalha intensa contra dependência química e reflexões sobre fama
O ator e músico Dado Dolabella, 44 anos, abriu o jogo sobre os anos em que enfrentou dependência química, um período que ele descreve como "dois anos de redemoinho". Em entrevista à revista Veja, o artista admitiu que o contato precoce com drogas – incluindo cocaína e substâncias sintéticas – em festas da alta sociedade o levou a agir "fora de seu feitio", comprometendo até sua identidade. "Sentia que estava perdendo minha personalidade", confessou.
Recuperação e reinvenção: quase duas décadas de sobriedade
Há 20 anos longe das drogas, Dolabella atribui sua mudança a um "clique" de consciência. Hoje, focado na carreira musical – em março lançou a canção "A Gente Faz Amor" –, ele reflete sobre os erros da juventude: "Aos 20 anos, cometemos equívocos que levamos a vida para corrigir. Isso não é só meu, é um reflexo da pressão social que coloca as pessoas numa arena".
Passado conturbado: consequências legais e polêmicas
A trajetória do artista não foi livre de turbulências. Em 2009, foi preso por descumprir medida protetiva favorável à ex-namorada Luana Piovani, após acusações de agressão. Nove anos depois, em 2018, cumpriu dois meses de prisão por débitos de pensão alimentícia ao filho, fruto do relacionamento com Fabiana Vasconcelos Neves. Sobre o caso, Dolabella alegou na época dificuldades financeiras e criticou a velocidade da Justiça em prender homens por questões alimentícias: "A revisão de valores demora, mas a prisão é imediata".
Debate sobre gênero e responsabilidade
O artista também levantou discussão ao comentar que "mulheres têm vantagens em tudo" em processos judiciais. A declaração, feita durante a entrevista, reacendeu debates sobre desigualdades estruturais, mesmo em contextos legais. Especialistas apontam que, no Brasil, 73% das execuções de pensão alimentícia resultam em prisão de homens, segundo o CNJ (2023), mas ressaltam que o problema muitas vezes está na falta de acesso a revisões justas, não em privilégios de gênero.
Um recado sobre recaídas e redenção
Apesar das controvérsias, Dolabella insiste em focar no presente. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), 20% das pessoas em recuperação de dependência química sofrem recaídas no primeiro ano – um dado que contrasta com suas duas décadas de sobriedade. Sua história mistura alerta e esperança: "A sociedade cobra perfeição, mas errar é humano. O importante é seguir em frente", concluiu.
Reflexão final: fama, pressão e saúde mental
O relato de Dolabella ecoa um problema maior: o impacto da fama precoce na saúde mental. Um estudo da Universidade de Adelaide (2023) com ex-estrelas infantis mostra que 68% enfrentaram vícios ou crises psicológicas, muitas vezes agravados pela exposição pública. Sua jornada reforça a necessidade de redes de apoio e políticas de acolhimento a artistas – porque, como ele mesmo diz, "ninguém deveria ser jogado numa arena sem preparo".