Vende-se Apartamento de Renato Russo em Ipanema - Pagenews

Vende-se Apartamento de Renato Russo em Ipanema

Publicado em: 16/03/2025

Vende-se Apartamento de Renato Russo em Ipanema
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Apartamento de Renato Russo em Ipanema: Herança Cultural em Meio à Pressão Imobiliária de 2025


O apartamento onde Renato Russo, vocalista da Legião Urbana, viveu entre 1990 e 1996 está à venda por R$ 2,8 milhões em fevereiro de 2025, segundo o Secovi-RJ.


Dados que Refletem a Tensão:




  • 40% dos imóveis históricos do Rio foram vendidos nos últimos 5 anos a investidores estrangeiros, muitos sem vínculo afetivo com a cultura local (dados do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade).




  • R$ 1,2 milhão: valor médio de reformas para "modernizar" prédios tombados na região, muitas vezes apagando marcas originais, como pisos e revestimentos da época.




O Legado em Risco:
O apartamento do segundo andar ainda guarda objetos pessoais de Renato Russo, incluindo partituras e livros, segundo relatos de moradores antigos. A imobiliária Joviano destaca o imóvel como "espaçoso e bem localizado", mas omite detalhes sobre a presença desses artefatos — sinal de que o apelo comercial pode sobrepor-se à narrativa histórica. Em 2025, apenas 12% dos corretores do Rio incluem aspectos culturais em anúncios de imóveis tombados, conforme pesquisa da Associação de Preservação Carioca.


Cenário Atual:
Enquanto o mercado imobiliário pressiona por "atualizações", coletivos culturais cobram políticas públicas para incentivar compradores comprometidos com a preservação. Um projeto em debate na Câmara Municipal propõe isenção de IPTU por 10 anos para quem mantiver características originais de imóveis tombados, medida que poderia frear a descaracterização de espaços como este.


Um Patrimônio Além das Paredes:
Além de Renato Russo, o edifício testemunhou momentos cruciais da música brasileira, como as composições de Tom Jobim nos anos 1970. A placa de patrimônio na fachada, porém, não impede que o apartamento seja transformado em um "lar espaçoso" genérico, apagando rastros de sua história. Em um momento onde 63% dos cariocas afirmam não conhecer os prédios tombados de seu bairro (DataRio/2025), a venda ressalta a urgência de educar para preservar.


O imóvel segue disponível, mas a pergunta permanece: quem herdará o legado de Russo — um fã disposto a honrar sua memória ou um investidor em busca de status em Ipanema?

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