Publicado em: 26/03/2025
Vera Holtz, aos 71 anos, reflete sobre a escolha de não ter filhos e questiona rótulos sociais
Aos 71 anos, Vera Holtz, ícone da dramaturgia brasileira conhecida por trabalhos como Avenida Brasil, usou sua participação no programa Sem Censura da TV Brasil, em 21 de março, para abordar um tema pessoal e delicado: a decisão de não ter filhos. A atriz, que sempre priorizou a carreira e a liberdade individual, desafiou estereótipos ao revelar que a rejeição à maternidade surgiu ainda na infância. “Aos 12 anos, eu já sabia que não queria ser mãe. Para mim, isso nunca foi uma questão de ‘não maternidade’, mas sim de algo que simplesmente não fazia parte da minha existência”, afirmou, criticando a romantização do instinto materno como “uma invenção social”.
A crítica aos padrões e a defesa da ‘maternagem’
Vera Holtz não poupou críticas à pressão social sobre as mulheres. “Por que esquecer quem não tem útero, quem não pode gerar filhos? Inventaram esse rótulo para nos enclausurar em caixinhas, como se fôssemos produtos”, questionou. Em vez da maternidade tradicional, a atriz defendeu o conceito de maternagem, que transcende laços biológicos: “Acredito naquela que forma, que cuida. Todos devemos ter pessoas para cuidar, seja através do afeto, da educação ou do acolhimento”. A fala ecoa debates contemporâneos sobre parentalidade não tradicional e redes de apoio, temas que ganharam força em 2023 com o aumento de discussões sobre famílias escolhidas.
Um legado além dos palcos
A reflexão de Vera Holtz ressoa em um momento em que 30% das mulheres brasileiras entre 40 e 44 anos não têm filhos, segundo o IBGE (2022). Sua coragem em romper tabus reforça a urgência de discutir escolhas reprodutivas sem julgamentos. Ao rejeitar rótulos, a atriz não só celebra sua trajetória autoral, mas também abre caminho para que outras mulheres se sintam representadas em suas decisões – sejam elas qual forem. Sua men