Ceará busca soluções com China e governo federal para crise nas linhas de transmissão

Ceará busca soluções com China e governo federal para crise nas linhas de transmissão
O governador Elmano de Freitas (PT) revelou durante a cerimônia da Medalha do Mérito Industrial, em Fortaleza, que o estado está negociando com empresas chinesas e o Ministério de Minas e Energia (MME) para resolver o crítico gargalo nas linhas de transmissão de energia. A situação, que já ameaça novos projetos eólicos e solares, pode comprometer investimentos estratégicos como o hub de Hidrogênio Verde e data centers no Porto do Pecém.

Crise energética põe em risco bilhões em investimentos
O segmento de energias renováveis no Nordeste enfrenta um impasse: enquanto a capacidade de geração cresce rapidamente, a infraestrutura para escoamento permanece defasada. Em fevereiro, o governo estadual já havia sinalizado investimento de R$ 700 milhões em linhas de transmissão. Agora, busca parcerias com empresas chinesas do setor energético. "Abriu-se um canal positivo para resolver este desafio fundamental", afirmou Elmano, destacando a urgência de soluções antes que projetos estratégicos sejam inviabilizados.

Soluções em duas frentes: curto prazo e leilões
Enquanto os leilões de transmissão aparecem como solução de médio prazo, o governo trabalha em alternativas imediatas. "A solução de curto prazo exige inovação na área", disse o governador, adiantando que detalhes serão revelados após reunião com o MME. A Fiec, por sua vez, critica a lentidão federal: "Todas as linhas seriam financiadas pela iniciativa privada, mas precisamos de autorizações", afirmou Ricardo Cavalcante, presidente da entidade, questionando a falta de ação do governo central.

Polo automotivo avança com investimento chinês
Além da pauta energética, Elmano confirmou avanços no polo automotivo cearense após a missão à China. Um contrato para implantação de montadora multimarcas já foi assinado, com previsão de iniciar produção "em breve". O anúncio reforça a estratégia do Ceará de se tornar hub industrial, mas especialistas alertam: sem resolver o desafio energético, todo este potencial de desenvolvimento pode ficar comprometido.