Nova Era no Palácio: Ceará Reafirma Compromisso com a Liberdade ao Criar Galeria do Abolicionismo.

Fortaleza, CE – Um novo capítulo na história do Ceará está sendo escrito no coração da capital. O Palácio da Abolição, sede do governo, ganhará um novo espaço de memória e celebração: a Galeria da Liberdade. Este local, que por décadas abrigou o Mausoléu de Humberto de Alencar Castello Branco, ex-presidente da República durante a ditadura militar, será transformado em uma homenagem aos líderes abolicionistas cearenses, como o icônico Dragão do Mar.

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Do Mausoléu à Galeria da Liberdade: Uma Mudança Simbólica

A decisão de reconfigurar o espaço foi anunciada pelo governador Elmano de Freitas (PT) ainda em 2023. A intenção era clara: substituir a reverência a uma figura ligada ao regime militar por um tributo àqueles que lutaram pela liberdade e igualdade no Ceará, estado que se destacou no movimento abolicionista.

Na época do anúncio, já havia conversas em andamento com a família do General Castello Branco para a transferência de seus restos mortais, demonstrando uma abordagem sensível, mas firme, na ressignificação do local.

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A Força da Memória e o Legado Abolicionista

A criação da Galeria da Liberdade representa mais do que uma mudança arquitetônica; é um forte gesto simbólico que busca realinhar a narrativa histórica do espaço com os valores democráticos e de justiça social. O Ceará tem um papel fundamental na história do abolicionismo brasileiro, tendo sido a primeira província a abolir a escravidão no Brasil, em 25 de março de 1884, quatro anos antes da Lei Áurea.

Figuras como Chico da Matilde (Dragão do Mar), Jangadeiro líder da Greve dos Jangadeiros de 1881, que se recusou a transportar escravos para o Sul do país, são símbolos dessa luta e merecem ser celebradas em um local de destaque. A galeria, portanto, se tornará um espaço para educar as novas gerações sobre essa rica e inspiradora parte da história cearense, valorizando a resistência e a busca pela liberdade.