Ansiedade e alimentação: Como escolhas à mesa podem intensificar crises - Pagenews

Ansiedade e alimentação: Como escolhas à mesa podem intensificar crises

Publicado em: 03/04/2025

Ansiedade e alimentação: Como escolhas à mesa podem intensificar crises
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Ansiedade e alimentação: como escolhas à mesa podem intensificar crises e comprometer saúde mental
Poucos reconhecem a relação direta entre o prato e a mente, mas estudos comprovam: alimentos industrializados, ricos em açúcar e aditivos, podem desencadear ou agravar sintomas de ansiedade. A psiquiatra e nutricionista Uma Naidoo, autora de This Is Your Brain on Food, alerta: "O intestino e o cérebro estão interligados por uma rede neural. O que comemos define não só a saúde física, mas emocional". No Brasil, onde 9,3% da população sofre de transtornos de ansiedade — a taxa mais alta do mundo, segundo a OMS —, repensar a dieta é urgente.


Inflamação cerebral: o perigo oculto em carnes processadas e ultraprocessados
Presuntos, salsichas e salames contêm nitratos e conservantes que geram inflamação sistêmica, inclusive no cérebro. "Essa inflamação está associada a distúrbios psiquiátricos, como ansiedade e depressão", explica Naidoo. Alimentos ultraprocessados, como salgadinhos e fast food, ampliam o risco: um estudo de 2023 publicado no Journal of Affective Disorders vinculou seu consumo a um aumento de 32% na incidência de sintomas ansiosos.


Açúcar e grãos refinados: combustíveis para instabilidade emocional
Doces, refrigerantes e pães brancos provocam picos glicêmicos, seguidos de quedas bruscas que intensificam irritabilidade e ansiedade. "O excesso de açúcar altera a neuroplasticidade cerebral, afetando o controle emocional", destaca o psiquiatra Daniel Amen. Já os grãos refinados, como arroz branco, prejudicam o microbioma intestinal — responsável por 70% da produção de serotonina, neurotransmissor-chave para o equilíbrio mental.


Adoçantes e corantes artificiais: gatilhos silenciosos para crises
Aspartame e corantes como tartrazina podem induzir neuroexcitabilidade, desregulando o sistema nervoso. "Essas substâncias estão ligadas a quadros de inquietação e ataques de pânico, especialmente em jovens", alerta a médica Gina Nick. Uma pesquisa da Universidade de São Paulo (2024) associou o consumo regular de adoçantes artificiais a um aumento de 25% nos relatos de ansiedade entre adolescentes.


Dieta protetora: aliados naturais para acalmar a mente
Frutas, vegetais frescos, grãos integrais e proteínas de alta qualidade (como peixes ricos em ômega-3) fortalecem a comunicação intestino-cérebro e reduzem inflamações. "Esses alimentos fornecem nutrientes como magnésio e vitaminas do complexo B, essenciais para a síntese de neurotransmissores", reforça Naidoo. No Brasil, onde 34% da população consome ultraprocessados diariamente, segundo o IBGE, a mudança alimentar é um passo vital — mas não único. Combinar acompanhamento psicológico e nutricional aumenta em 40% a eficácia no controle da ansiedade, conforme dados da Associação Brasileira de Psiquiatria. A comida não cura, mas pode ser uma poderosa aliada ou inimiga na jornada por saúde mental.

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