Publicado em: 16/04/2025
Para pais e mães, observar o medo em seus filhos pode gerar dúvidas: é uma fase natural do desenvolvimento ou um sinal de que algo mais sério, como um transtorno de ansiedade, pode estar se instalando? A linha entre o medo infantil típico e a ansiedade que requer atenção profissional nem sempre é clara, mas especialistas apontam três fatores essenciais que podem ajudar a discernir a situação.
É comum que crianças de diferentes idades experimentem medos específicos, como medo do escuro, de monstros, de animais ou de separação dos pais. Essas apreensões, em muitos casos, são passageiras e fazem parte do processo de crescimento e da forma como a criança começa a entender o mundo ao seu redor. No entanto, quando o medo se torna excessivo, persistente e começa a interferir na rotina e no bem-estar da criança, é fundamental estar atento.
Segundo especialistas em saúde mental infantil, ao se questionar sobre a natureza do medo do seu filho, três aspectos merecem atenção especial:
Intensidade e Desproporcionalidade da Reação: Observe como a criança reage ao objeto ou situação temida. Uma reação intensa, desproporcional ao perigo real, com choro excessivo, ataques de pânico, evitação persistente e grande sofrimento, pode ser um indicativo de ansiedade além do normal. Por exemplo, um medo leve de cachorros é comum, mas um pavor que impede a criança de sair de casa por medo de encontrá-los pode ser um sinal de alerta.
Impacto na Rotina e no Funcionamento: Avalie como o medo afeta as atividades diárias da criança. Se o temor a impede de ir à escola, de participar de atividades sociais com amigos, de dormir sozinha, ou de realizar tarefas simples, é um sinal de que a ansiedade está comprometendo seu funcionamento normal. Medos que levam a criança a evitar situações importantes para seu desenvolvimento e bem-estar merecem atenção.
Persistência e Duração do Medo: A maioria dos medos infantis tende a diminuir com o tempo e com o apoio dos pais. No entanto, se o medo do seu filho persiste por um período prolongado (várias semanas ou meses), sem sinais de melhora, ou se intensifica ao longo do tempo, é importante considerar a possibilidade de um transtorno de ansiedade. Medos que se tornam fixos e resistentes à explicação racional ou ao conforto dos pais podem indicar uma questão mais profunda.
Ao observar esses três fatores, pais e responsáveis podem ter um panorama mais claro sobre a natureza do medo da criança. É importante lembrar que este artigo oferece informações gerais e não substitui a avaliação de um profissional de saúde mental qualificado. Caso você esteja preocupado com o nível de medo ou ansiedade do seu filho, buscar a orientação de um psicólogo ou psiquiatra infantil é o passo mais adequado para um diagnóstico preciso e a definição de um plano de intervenção, se necessário. A intervenção precoce pode fazer uma grande diferença no bem-estar e no desenvolvimento saudável da criança.