Publicado em: 31/03/2025
Neurologistas alertam para risco crescente à memória
Um hábito aparentemente inofensivo tem preocupado especialistas em saúde cerebral: o multitasking, prática de executar múltiplas tarefas simultaneamente. Segundo neurologistas entrevistados pela revista Parade, essa rotina não só compromete a produtividade, mas também desencadeia danos significativos à memória e ao equilíbrio cognitivo. Com o aumento do trabalho remoto e a hiperconectividade, o problema se tornou ainda mais relevante em 2024.
Multitasking: o vilão oculto da produtividade
Apesar de ser glorificado como símbolo de eficiência, o multitasking força o cérebro a alternar rapidamente entre atividades, como responder e-mails durante reuniões ou consumir conteúdo audiovisual enquanto trabalha. Jeffrey Portnoy, neurologista, explica: "Áreas cerebrais especializadas só processam uma tarefa por vez. A transição entre elas é rápida, mas não simultânea". Essa falsa sensação de produtividade mascara um custo elevado: cada mudança de foco exige energia extra, sobrecarregando redes neuronais.
Impactos neurológicos e prejuízos mensuráveis
Muhammad Arshad, outro especialista citado, alerta que o cérebro humano não evoluiu para multitarefas complexas. "Essa prática aumenta erros, estresse e pode consumir até 40% do tempo produtivo devido a bloqueios mentais", afirma. Estudos recentes reforçam que a alternância constante entre atividades eleva os níveis de cortisol, hormônio ligado ao estresse, e reduz a capacidade de retenção de informações a longo prazo. Dados de 2023 já indicavam que profissionais multitarefas têm 30% mais dificuldade em recuperar memórias recentes comparados a quem adota o foco singular.
Recomendações para preservar a saúde cerebral
Neurologistas sugerem priorizar o single-tasking: dedicar blocos de tempo a uma única atividade, com intervalos estratégicos. Técnicas como o método Pomodoro (25 minutos de foco seguidos de 5 minutos de pausa) ajudam a treinar o cérebro para reduzir a fragmentação. Além disso, práticas de mindfulness e a criação de ambientes com menos distrações digitais são apontadas como essenciais. "Reavaliar como organizamos o dia não é só uma questão de eficiência, mas de preservação cognitiva", conclui Portnoy. A mudança, segundo os especialistas, é urgente para evitar consequências a longo prazo, como declínio precoce da memória e esgotamento mental.