Ceará na Mira da Inteligência Artificial Contra a Febre Oropouche: Uma Nova Arma na Saúde Pública

Para conter o avanço silencioso da febre oropouche no Ceará, que antes concentrada, agora desafia a saúde em Fortaleza e além, a Secretaria da Saúde do estado (Sesa) volta-se para uma aliada de alta tecnologia: a inteligência artificial (IA). A estratégia inovadora visa rastrear com precisão os focos de proliferação do Culicoides paraensis, o minúsculo mosquito transmissor com grande potencial de impacto.

Os números da doença, com mais de trezentos casos confirmados, incluindo gestantes, sublinham a urgência de deter a expansão do vetor, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora. Se antes a preocupação se concentrava em cidades como Baturité, Aratuba e Capistrano, agora a capital e municípios vizinhos como Maracanaú e Quixadá também registram casos, reflexo do movimento de pessoas entre as regiões.

A expertise da Sesa desvendou os cenários ambientais que servem de berço para o Culicoides paraensis: áreas úmidas dedicadas à agricultura, o frescor sombreado de plantações de banana e chuchu que também acumulam matéria orgânica, a proximidade entre lares e lavouras, refúgios do vento com alta umidade no ar.

A inteligência artificial entra em cena para decifrar esses padrões em vastos conjuntos de dados geográficos e imagens aéreas, prometendo gerar um mapa de risco muito mais minucioso do que os métodos convencionais. 

A expectativa é que essa visão tecnológica aprimorada permita um acompanhamento constante e eficaz das áreas com maior probabilidade de concentração do mosquito, fortalecendo as barreiras contra a disseminação da febre oropouche. Este projeto promissor está sendo incubado no coração da Vigilância da Sesa, com a valiosa colaboração do Programa Cientista Chefe de Dados da Saúde do Ceará.