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Publicado em: 29/04/2025
Fortaleza, Ceará – Uma denúncia exclusiva recebida pelo Page News expõe uma situação alarmante e desumana no Hospital Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, o Hospital de Messejana, referência em cardiologia e pneumologia na capital cearense. Segundo o relato angustiante de Ingrid Souza, neta do paciente Gabriel Vieira Pastor, de 57 anos, a busca por atendimento médico para um possível infarto se transformou em um pesadelo de espera e descaso.
Gabriel Vieira Pastor, funcionário dos serviços gerais do próprio Instituto Dr. José Frota (IJF), sentiu fortes dores no local de trabalho na manhã de ontem, segunda-feira (28). Um exame confirmou o grave quadro de infarto, e o paciente foi rapidamente encaminhado para a emergência do IJF. No entanto, a saga de Gabriel estava apenas começando.
Após horas de espera, o paciente foi transferido para o Hospital de Messejana. A chegada à unidade especializada, por volta das 21h da segunda-feira, não trouxe o alívio esperado. Segundo a denúncia de Ingrid Souza ao Page News na manhã desta terça-feira (29), Gabriel permanece sem um leito adequado para internação. A escolha cruel para ele e outros pacientes é angustiante: aguardar horas intermináveis sentado em cadeiras de plástico desconfortáveis ou se deitar no chão frio e improvisado da unidade.
"Meu avô chegou ontem à noite, infartando, e até agora [manhã de terça-feira] não tem um leito para ele. Ou fica nas cadeiras duras ou deita no chão. Isso é desumano!", desabafa Ingrid Souza, visivelmente revoltada com a situação.
Ainda segundo a neta, o Hospital de Messejana alega que o caso de Gabriel já está registrado no sistema e que a unidade aguarda a disponibilidade de um leito em outro hospital para realizar a realocação. A condição imposta para essa transferência é a estabilização do quadro clínico do paciente, uma espera angustiante para quem sofre as consequências de um infarto.
O relato de Ingrid Souza ao Page News revela um cenário ainda mais sombrio dentro do Hospital de Messejana. Ela afirma que há outros pacientes em condições igualmente precárias, incluindo uma senhora de 75 anos que está sentada em uma cadeira desde a última quinta-feira, aguardando a realização de um exame de ecocardiograma.
"Conversei com outras pessoas lá dentro, e a informação que circula é que existem cerca de 90 pacientes na fila de espera por internação. É um absurdo o descaso e o sofrimento de tantos pacientes e seus acompanhantes", denuncia.
Em resposta a superlotação, o Hospital de Messejana não forneceu dados sobre sua capacidade de atendimento, mas informou que "faz, diuturnamente, o monitoramento de altas para agilizar as internações na instituição" e que "realiza a transferência de pacientes com menor complexidade para hospitais secundários parceiros". A unidade também destacou que atende mensalmente cerca de quatro mil pacientes na emergência e interna mais de mil pessoas.
O Sindicato dos Médicos do Ceará já havia se manifestado sobre a situação crítica no Hospital de Messejana, confirmando a superlotação da unidade. A nova denúncia, através do relato da neta de um paciente infartado, lança uma luz ainda mais forte sobre a urgência de medidas efetivas para solucionar a crise na saúde pública de Fortaleza e garantir um atendimento digno a todos os cidadãos. O Page News seguirá acompanhando de perto este caso e cobrando respostas das autoridades competentes.
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