Refrigerante zero também faz mal? A ciência explica!

Refrigerante zero também é prejudicial para a saúde

Em 2023, os brasileiros consumiram 515,9 milhões de litros de Coca-Cola Zero, um salto de 28,9 % em relação a 2022, refletindo a busca por alternativas “mais leves” às versões tradicionais. Apesar de praticamente isentos de calorias, esses produtos empregam adoçantes artificiais (como aspartame e sucralose) e aditivos ácidos que podem trazer riscos à saúde mesmo em quantidades moderadas.

Riscos do consumo excessivo de refrigerantes zero A ingestão contínua de adoçantes não nutritivos tem sido associada a alterações no microbioma intestinal, favorecendo inflamações e prejuízos na absorção de nutrientes. Há ainda evidência de que essas substâncias podem induzir resistência à insulina — aumentando o risco de desenvolver diabetes tipo 2 em longo prazo (risco relativo de 1,32 em meta-análises recentes). Além disso, os ácidos (cítrico, fosfórico) e o dióxido de carbono presentes nessas bebidas corroem o esmalte dentário, elevando a incidência de cáries e sensibilidade dentária.

Impacto no paladar e nas escolhas alimentares Estudos iniciados em 2012 pela Universidade da Califórnia em San Diego apontam que o consumo regular de refrigerantes zero pode alterar a resposta cerebral ao sabor doce, reforçando o desejo por alimentos mais calóricos e ultraprocessados. Embora pesquisas subsequentes não tenham confirmado esse efeito de forma definitiva, há indícios de que a dissociação entre sabor doce e calorias estimula o consumo compensatório de calorias ao longo do dia.

Considerações finais O refrigerante zero não deve ser tratado como vilão absoluto de uma dieta equilibrada, conforme ressalta o endocrinologista Roberto Zagury, da SBEM, mas também não pode ser considerado isento de consequências. Moderação e atenção às recomendações de saúde são fundamentais: alternar com água, chás sem açúcar e sucos naturais diluídos pode reduzir os riscos sem eliminar totalmente o prazer de um refri de vez em quando.