Suplementação de colágeno: benefícios reais e mitos que exigem cautela

Suplementação de colágeno: benefícios reais e mitos que exigem cautela
A busca por suplementos de colágeno cresceu 62% no Brasil entre 2020 e 2023, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Suplementos. A proteína, essencial para a elasticidade da pele e saúde das articulações, promete melhorias estéticas e funcionais, mas especialistas alertam: nem todas as promessas se sustentam na ciência, e a escolha do produto exige critério.

Especialista desmistifica: eficácia varia conforme tipo e qualidade
Cláudia Mara Mognato, biomédica e coordenadora da Faculdade Anhanguera, reforça que a suplementação não é uma solução mágica. “A ideia de que colágeno elimina rugas instantaneamente é um mito perigoso. Resultados dependem do tipo de colágeno, da formulação e do metabolismo individual”, explica. Estudos recentes indicam que apenas 30% dos suplementos disponíveis no mercado contêm concentrações eficazes, e muitos não passam por testes de pureza.

Mito 1: Suplementos de colágeno eliminam rugas
Verdade: A suplementação pode melhorar a hidratação e elasticidade da pele, mas não apaga rugas. Um estudo de 2023 publicado no Journal of Cosmetic Dermatology mostrou que efeitos visíveis exigem uso contínuo por pelo menos 12 semanas, combinado com proteção solar e hábitos saudáveis.

Mito 2: Todos os suplementos de colágeno são iguais
Verdade: Colágeno tipo I (pele e ossos) e tipo II (articulações) têm funções distintas. O hidrolisado, com moléculas menores, é mais absorvido pelo corpo, mas apenas 40% dos produtos nacionais seguem padrões internacionais de hidrólise, segundo a Anvisa.

Verdade 1: Colágeno auxilia na saúde articular
Dados: Pesquisas comprovam que o tipo II reduz dor em 68% dos casos de osteoartrite leve, conforme meta-análise de 2024 no Nutrients. Porém, a dose diária recomendada (10g) raramente é alcançada com suplementos de baixa qualidade.

Verdade 2: Fortalece ossos e músculos
Contexto: Um ensaio clínico da Universidade de São Paulo (2024) associou a suplementação com exercícios de resistência ao aumento de 15% na densidade óssea de mulheres pós-menopausa. O efeito, porém, não substitui terapias médicas convencionais.

Consulta profissional é indispensável
Apesar dos benefícios potenciais, 35% dos consumidores automedicam-se sem orientação, aumentando riscos de superdosagem ou interações medicamentosas. “Suplementos não substituem uma dieta equilibrada ou tratamentos prescritos. A decisão deve ser personalizada”, conclui Mognato. Na dúvida, priorize fontes naturais, como caldo de ossos, e invista em hábitos que estimulem a produção endógena de colágeno, como consumo de vitamina C e proteínas magras.