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Brasileiros e IA: Otimismo alto, mas desafios à vista

Publicado em: 28/03/2025

Brasileiros e IA: Otimismo alto, mas desafios à vista
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Brasileiros e IA: otimismo alto, mas desafios à vista
Os brasileiros estão entre os mais entusiastas da inteligência artificial: 60% veem a tecnologia como aliada no emprego e na educação, segundo pesquisa Ipsos/Google com 21 mil pessoas em 21 países. A média global é de 57%, mas esse otimismo mascara riscos. Com 88% usando IA para soluções complexas e 85% para escrita, cresce a dependência de ferramentas que, embora ágeis, ainda cometem erros — 1 em cada 3 usuários já encontrou desinformação gerada por IA, alerta o Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio.


Busca por informações: eficiência e riscos
Para 81% dos brasileiros, IA é a nova ferramenta de busca online, superando mecanismos tradicionais. A praticidade esbarra na confiabilidade: 45% não verificam dados obtidos, segundo a Agência Brasil. Ainda que útil para receitas ou traduções (89% a usam para isso), especialistas alertam: 68% dos "hallucinations" (erros factuais de IA) passam despercebidos, podendo alimentar crises de desinformação.


Assistência pessoal: produtividade vs. dependência
Organizar rotinas (75%) e criar conteúdos em segundos são vantagens celebradas, mas 62% dos profissionais temem substituição por IA em tarefas repetitivas, conforme a FGV. Plataformas como Gemini e ChatGPT aceleram processos, mas a Síndrome do Atalho Mental — redução da capacidade crítica por excesso de automação — preocupa educadores.


Educação: aliada ou vilã do aprendizado?
74% usam IA como apoio acadêmico, de resumos a simulados. Porém, 33% dos professores relatam aumento de plágio, e 51% dos estudantes subestimam a necessidade de checagem, aponta estudo da USP. A tecnologia democratiza o acesso, mas exigirá reformas pedagógicas: 78% das universidades brasileiras ainda não têm políticas claras para o uso ético de IA.


O futuro exige equilíbrio
Enquanto 88% buscam inovações via IA para negócios, o desafio é evitar polarizações. O Brasil forma apenas 2,6 mil especialistas em IA por ano, contra uma demanda de 25 mil vagas, segundo a Brasscom. O entusiasmo é válido, mas a soberania tecnológica dependerá de investimentos em educação crítica e regulamentação — antes que a dependência supere o controle.

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