Publicado em: 28/04/2025
Londres, Reino Unido – A visão de dentes cultivados em laboratório pode evocar imagens dignas de filmes de ficção científica, mas a realidade que se desenha nos laboratórios britânicos é surpreendentemente promissora e nada assustadora: uma nova forma de substituir cáries e dentes danificados de maneira natural e eficaz. Uma pesquisa inovadora nos coloca um passo mais perto de transformar essa ideia em realidade.
Cientistas do renomado King’s College London (KCL) e do prestigiado Imperial College London (ICL) uniram forças para desenvolver um material revolucionário capaz de impulsionar a comunicação entre as células responsáveis pelo crescimento das estruturas dentárias. Essa descoberta crucial facilita a ação coordenada das células, um passo essencial para a regeneração de novos dentes.
O protagonista dessa inovação é um hidrogel especialmente criado pela equipe de pesquisadores. Sua função principal é servir como uma espécie de "andaime" molecular, um suporte que estimula o crescimento natural dos dentes. Para isso, o hidrogel interage com células epiteliais e mesenquimais dentais, que foram obtidas de embriões de camundongos nos experimentos iniciais.
“Dentes cultivados em laboratório teriam a capacidade de se regenerar naturalmente, integrando-se perfeitamente à mandíbula como se fossem dentes originais”, explica com entusiasmo Xuechen Zhang, pesquisador de doutorado em Odontologia Regenerativa no KCL.
Zhang vislumbra um futuro onde esses dentes bioengenheirados seriam superiores às soluções atuais: “Eles seriam intrinsecamente mais fortes, mais duradouros e completamente livres dos riscos de rejeição imunológica, oferecendo uma alternativa mais duradoura e biologicamente compatível do que as tradicionais obturações ou os implantes.”
A ambição final dos cientistas é revolucionar a odontologia, permitindo que lesões dentais se auto-reparem e cicatrizem de maneira semelhante a um corte na pele – uma solução inerentemente natural e altamente eficaz. Atualmente, a equipe está explorando diversos métodos para investigar se nossos próprios dentes poderiam ser adaptados para funcionar com essa capacidade de regeneração intrínseca. O futuro de um sorriso saudável e duradouro pode estar mais próximo do que imaginamos, impulsionado pela ciência e pela inovação.