Facebook resgata magia do passado em aposta arriscada

Facebook resgata "magia" do passado em aposta arriscada
O novo separador dedicado exclusivamente a amigos, lançado nesta quinta (27), tenta reverter uma queda de 16% no engajamento de publicações orgânicas entre 2022 e 2024 (dados da Meta). A ferramenta concentra posts de amigos, aniversários e solicitações de amizade – tentativa clara de frear a migração de usuários para TikTok e BeReal, onde 58% dos jovens preferem interagir (Pew Research, 2024).

Nostalgia como estratégia contra a irrelevância
Tom Alison, vice-presidente do Facebook, admite: "Queremos recuperar a essência que nos fez líderes". Mas números revelam o desafio: apenas 32% dos usuários ativos postam conteúdo semanalmente, contra 61% em 2018. O novo feed tenta reacender conexões genuínas em uma plataforma onde 40% das amizades são com desconhecidos (estudo interno vazado em 2023).

Limitações geográficas e dilemas de privacidade
Disponível apenas nos EUA e Canadá – países onde o Facebook perdeu 12 milhões de usuários desde 2021 –, a ferramenta levanta questões. Especialistas alertam: centralizar dados de relacionamentos pode ampliar riscos de vigilância digital, num momento em que a Meta enfrenta 6 investigações por coleta abusiva na UE.

Última cartada antes do esquecimento?
Enquanto o recurso chega a outros países em 2025, analistas duvidam de seu impacto. "Isso não resolve o problema central: o Facebook virou um deserto para interações reais", afirma Clara Renner, do MIT Media Lab. A aposta na nostalgia pode ser o canto do cisne de uma rede que, aos 20 anos, luta para não virar mero álbum de fotos de famílias.