Publicado em: 28/03/2025
Governo mantém proibição de pagamento por coleta de íris: riscos à privacidade em foco
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) reafirmou a proibição à Tools for Humanity de pagar usuários pelo cadastro da íris no World ID. A medida, publicada no Diário Oficial em 2024, inclui multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento. A ANPD alerta que monetizar dados biométricos viola a LGPD e expõe cidadãos a danos irreparáveis, como fraudes e vazamentos, dada a impossibilidade de alterar características físicas únicas.
Biometria como moeda de troca: o debate sobre consentimento
Lançado no Brasil em novembro de 2024, o World ID prometia até R$ 700 em criptomoedas (como bitcoin) por imagens detalhadas da íris, convertidas em identidade digital. A ANPD classificou a prática como "exploração de dados sensíveis", já que incentivos financeiros podem coagir usuários a ceder informações sem avaliação crítica dos riscos. A Tools for Humanity defende que o sistema preserva anonimato e combate bots, mas reguladores contestam a falha em comprovar segurança e transparência.
Empresa insiste, mas falha em atender exigências
A startup, cofundada por Sam Altman (CEO da OpenAI), teve recursos negados pela ANPD em fevereiro após tentar reverter a proibição. Apesar de interromper pagamentos, mantém postos físicos ativos. A autoridade destacou que ajustes propostos pela empresa não eliminam a contraprestação financeira, mantendo a irregularidade. Globalmente, Alemanha e França também questionam o modelo, reforçando preocupações com privacidade.