Em Busca das Águas do Velho Chico: Atualização do Gigantesco Projeto de Integração São Francisco

Fortaleza, Ceará - Iniciado em 2007, o monumental Projeto São Francisco de Integração de Bacias, conhecido popularmente como a transposição do Rio São Francisco, representa a maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil, visando levar água para a região mais seca do Nordeste. Mas, em que pé se encontra essa iniciativa ambiciosa e quando a população poderá se beneficiar plenamente de suas águas?

Um Olhar no Presente: Avanços e Desafios

Atualmente, o projeto apresenta avanços significativos, mas ainda não foi totalmente concluído. O Eixo Leste entrou em pré-operação em 2017, beneficiando parte da população. Já o Eixo Norte, a maior e mais complexa etapa, atingiu cerca de 98% de execução até o final de 2022, conforme dados do IPEA. Este eixo envolve a conclusão de projetos executivos, obras civis, instalações eletromecânicas e ações ambientais.Apesar do progresso, o projeto tem enfrentado diversos atrasos ao longo dos anos, com previsões de conclusão inicialmente para 2012, depois remarcadas para 2015 e 2020. Essas lentidões foram, em grande parte, motivadas por paralisações decorrentes de questões judiciais e outros entraves burocráticos.

O que Falta e Quando Deve Terminar?

Ainda não há uma data de conclusão definitiva para todo o projeto. A prioridade atual parece ser a integração plena dos Eixos Norte e Leste aos reservatórios estratégicos dos estados beneficiados (Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco). Essa integração é crucial para garantir a segurança hídrica para mais de 12 milhões de pessoas.Um componente importante para o Ceará é o Canal de Apropriação Central (CAC), que visa aumentar a capilaridade da água transposta no estado. O trecho I do CAC está em fase de execução, com previsão de escoamento totalmente gravitário.

Olhando para o Futuro:

O governo federal, através do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), continua trabalhando na gestão e operação do projeto. Em 2019, o BNDES foi encarregado de estruturar os estudos para a concessão da gestão do PISF. Embora o projeto tenha extrapolado seus prazos iniciais, a expectativa é que, com a conclusão das etapas restantes e a efetiva integração dos eixos, a população do semiárido nordestino possa finalmente sentir os impactos positivos da transposição, com maior segurança hídrica para diversas finalidades, desde o abastecimento humano até o desenvolvimento da agricultura regional. O monitoramento contínuo e a superação dos desafios ainda existentes serão cruciais para que essa promessa se concretize.