Publicado em: 02/11/2025
Fortaleza, Ceará- O Rio de Janeiro, palco da maior e mais letal operação policial recente contra o Comando Vermelho (CV), domina o noticiário nacional. Enquanto a contagem de fuzis apreendidos salta (chegando a 93 armas de alto calibre), o debate transcende a bala perdida e alcança o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
Um fato chama a atenção: a aprovação popular. Pesquisas de grandes institutos revelam que a maioria dos moradores do Rio de Janeiro apoia a ação policial nas favelas do Complexo da Penha e do Alemão.
Aprovação Massiva: Levantamentos como o da Quaest indicam que 64% dos fluminenses aprovam a megaoperação.
Apoio nas Favelas: O dado mais surpreendente é o da AtlasIntel, que mostra que a aprovação chega a 80% entre os próprios moradores das favelas do Rio, as mais afetadas pela violência e pelo domínio do CV.
Para os analistas, esses números refletem o esgotamento da população diante da atuação do crime organizado, que, segundo as autoridades, estava em franca expansão territorial. O saldo da operação aponta ainda para um total de 113 presos e a morte de 121 pessoas, a maioria identificadas pela polícia como narcoterroristas.
O desdobramento mais relevante deste domingo vem de Brasília. O Ministro Alexandre de Moraes, do STF, deu um "xeque-mate" na controvérsia ao determinar a preservação integral de todas as provas materiais relacionadas à operação.
Moraes convocou uma audiência conjunta no Supremo para a próxima terça-feira (05/11). Serão ouvidos não apenas o Governador Cláudio Castro e o Prefeito Eduardo Paes, mas também representantes da Polícia e, crucialmente, diversas entidades de Direitos Humanos e movimentos de comunidades. O objetivo é garantir a total transparência e a cadeia de custódia das provas, seguindo as diretrizes da ADPF das Favelas.
No Congresso, a megaoperação serviu como gatilho para reacender o debate sobre a PEC da Segurança Pública, uma proposta do Governo Federal que visa fortalecer a integração entre as forças de segurança.
Enquanto parlamentares do Psol e do PL trocam farpas acaloradas em comissões, acusando-se de espetáculo eleitoral ou de conivência com o crime, a discussão da PEC ganha urgência. O texto, que inclui a criação de um Sistema Único de Segurança Pública, busca uma solução de longo prazo que vá além das ações pontuais, mas enfrenta grande resistência na base aliada e na oposição, ameaçando travar mais uma vez.