Publicado em: 18/04/2025
O campus da Universidade Estadual da Flórida, nos Estados Unidos, outrora um santuário de aprendizado, tornou-se palco de cenas de terror na noite desta quinta-feira (17). Um ataque a tiros deixou ao menos seis pessoas feridas, lançando a comunidade acadêmica em um clima de medo e incerteza. A informação foi confirmada por autoridades médicas à agência de notícias AFP, enquanto a busca por respostas sobre a autoria dos disparos se intensificava.
Segundo relatos da CNN, baseados em testemunhas oculares, policiais teriam detido um suspeito logo após o violento episódio. No entanto, as agências de segurança americanas mantiveram o silêncio sobre a confirmação da prisão até o fechamento desta edição, aumentando a angústia e a especulação em torno do caso.
O Hospital Memorial de Tallahassee, epicentro do atendimento às vítimas, informou à AFP a gravidade da situação. "Temos seis pacientes sob nossos cuidados. Um deles se encontra em estado crítico, enquanto os demais apresentam ferimentos sérios", declarou um porta-voz da unidade médica, pintando um quadro sombrio da violência que irrompeu no ambiente universitário.
A tragédia ecoou até os corredores da Casa Branca, onde o presidente Donald Trump expressou seu pesar durante um encontro com a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni. "É uma vergonha. É uma coisa horrível, horrível que coisas assim aconteçam, e nós teremos mais a dizer sobre isso depois", lamentou o presidente em transmissão ao vivo pela ABC News, evidenciando o impacto nacional de mais um episódio de violência armada.
O estudante Sam Swartz, testemunha ocular do horror, descreveu o pânico generalizado que tomou conta do campus. "Todo mundo ficou assustado", relatou ao jornal Tallahassee Democrat, estimando ter ouvido cerca de dez disparos. Em meio ao caos, um grupo de oito pessoas buscou refúgio em um corredor, improvisando uma barricada com lixeiras e pedaços de madeira. "Lembro de ter aprendido que o melhor que você pode fazer é tentar atrasá-los, porque eles não querem perder tempo. Eles só querem matar o maior número possível de pessoas", compartilhou Swartz, expondo a terrível realidade dos protocolos de sobrevivência em um país assolado pela violência armada.
Infelizmente, esta não é a primeira vez que a Universidade Estadual da Flórida, com seus mais de 42 mil estudantes, é palco de um ataque a tiros. Em 2014, um ex-aluno abriu fogo na biblioteca, ferindo três pessoas enquanto centenas se dedicavam aos estudos. A recorrência de tais eventos lança uma sombra sobre a segurança nas instituições de ensino americanas.
A frequência alarmante de ataques a tiros nos Estados Unidos reacende, invariavelmente, o acalorado debate sobre a facilidade de acesso a armas de fogo. Com uma estimativa de 400 milhões de armas em circulação – um número superior ao da própria população –, a questão do controle armamentista divide profundamente a sociedade americana. De um lado, republicanos defendem restrições mínimas ao direito de comprar e possuir armas, amparados pela Segunda Emenda da Constituição. Do outro, democratas clamam por um controle mais rigoroso, buscando conter a onda de violência que assola o país. Mais uma vez, após o eco dos disparos na Flórida, a nação se confronta com a urgência de encontrar soluções para um problema que ceifa vidas e instaura o medo em comunidades por todo o território americano.