Publicado em: 28/04/2025
Russas, Ceará – A noite de domingo (27) no Circo Porto Rico, em Russas, transformou-se em apreensão quando um acrobata despencou de aproximadamente seis metros durante uma apresentação de tecido acrobático. O momento da queda, capturado em vídeo, sugere uma falha em um cabo de aço que sustentava o artista.
Após o acidente, o circo informou que o acrobata está hospitalizado com quadro estável. No entanto, o incidente reacendeu discussões cruciais sobre a segurança dos profissionais circenses e a fiscalização dessas atividades.
A Segurança Invisível: Como Funciona a Fiscalização?
A segurança nos circos é uma questão complexa, envolvendo diversos aspectos, desde a manutenção dos equipamentos até o treinamento dos artistas. No Brasil, não existe uma lei federal unificada que trate especificamente da segurança em circos. A regulamentação e a fiscalização podem variar significativamente entre estados e municípios.
Em nível municipal, a instalação e o funcionamento de circos geralmente dependem de alvarás, emitidos pelas prefeituras, que podem exigir o cumprimento de normas de segurança, como a apresentação de laudos técnicos sobre a segurança das estruturas e equipamentos, além de alvarás do Corpo de Bombeiros, que verificam as condições de segurança contra incêndio e pânico.
Alguns estados e municípios podem ter legislações específicas que abordam a segurança em circos de forma mais detalhada, incluindo inspeções periódicas de equipamentos, exigência de seguros de responsabilidade civil e normas para o trabalho em altura. No entanto, a efetividade e a periodicidade dessa fiscalização são variáveis.
A Voz dos Bastidores: A Segurança na Perspectiva dos Artistas:
Para os artistas circenses, a segurança é uma preocupação constante. Muitos aprendem suas habilidades de forma tradicional, dentro das famílias circenses, mas a formação específica em segurança ainda é um desafio. Estudos apontam que, embora os profissionais reconheçam os riscos inerentes à atividade, poucos relatam ter recebido treinamento formal e específico em prevenção de acidentes e uso de equipamentos de segurança.
A utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) como cintos, arneses e redes de segurança é crucial, especialmente em números aéreos. A manutenção rigorosa desses equipamentos e a realização de inspeções prévias às apresentações são práticas essenciais, mas nem sempre padronizadas em todos os circos.
O Caminho para Mais Segurança:
O acidente em Russas reforça a urgência de um debate mais aprofundado sobre a segurança nos circos no Brasil. Algumas possíveis medidas para fortalecer a proteção dos profissionais incluem:
A arte circense encanta e emociona, mas a segurança de seus profissionais deve ser uma prioridade inegociável. O incidente em Russas serve como um doloroso lembrete de que a magia do circo não pode custar a integridade física de seus artistas