Fortaleza,
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Publicado em: 26/12/2025
O destino final de quem viaja pelas rodovias federais neste período de festas não deve ser o hospital ou a delegacia. Com essa premissa, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deflagrou uma megaoperação nacional de fiscalização, com atenção redobrada para as BRs que cortam o Ceará, como as estratégicas BR-116 e BR-222. O objetivo é frear a "cultura da pressa" que, historicamente, transforma celebrações em tragédias.
Com o fluxo de veículos atingindo seu ápice, a presença policial foi intensificada. Não se trata apenas de patrulhamento visual: a PRF ampliou o uso de radares móveis de alta precisão e bafômetros em pontos estratégicos para coibir o que os agentes chamam de "comportamentos de risco evitáveis".
A fiscalização será rigorosa e as punições, severas. Mais do que pontos na carteira, a PRF quer que o motorista entenda que a infração é um passo para o acidente.
As principais frentes de combate incluem:
Velocidade Acima do Limite: O "pé pesado" pode custar até R$ 880,41, além da suspensão imediata do direito de dirigir.
Ultrapassagens Proibidas: Responsáveis por colisões frontais devastadoras, rendem multa de R$ 1.467,35.
Álcool e Direção: A tolerância é zero. A multa é de R$ 2.934,70, com suspensão da CNH por um ano e risco real de prisão em flagrante.
Segurança Passiva: O não uso do cinto (inclusive no banco traseiro) e a ausência da cadeirinha para crianças serão alvos de abordagens educativas e punitivas.
Para o Inspetor Carlos Lima, que atua na linha de frente das abordagens no Ceará, o maior desafio é mudar a mentalidade do condutor que acredita que o acidente só acontece com os outros.
"Nesta época, as pessoas estão ansiosas para chegar logo, muitas vezes cansadas após um ano de trabalho. A combinação de pressa, cansaço e celular ao volante é uma armadilha mortal. Nossa missão aqui não é multar por multar, é garantir que cada família que cruzou nosso posto consiga sentar à mesa de jantar no dia seguinte", afirma o inspetor.
A reportagem conversou com Ricardo Menezes, motorista que hoje defende a direção defensiva após um susto em uma viagem passada.
"A gente acha que ganhar dez minutos numa ultrapassagem perigosa é vantagem. Hoje eu entendo que dez minutos não valem o risco de nunca mais ver meus filhos. Ver a PRF na estrada me dá segurança, não medo. Medo eu tenho é de quem dirige sem responsabilidade", desabafa Ricardo.
A mensagem das autoridades é direta: o maior prejuízo de um acidente não é financeiro, é humano. A PRF reforça que o tempo de viagem deve ser planejado com folga e que a revisão mecânica do veículo é obrigatória. Nas estradas federais, a ordem do dia é clara: prudência e respeito salvam vidas.