Mas e porque as ilhas de Dubai não avançaram? - Pagenews

Mas e porque as ilhas de Dubai não avançaram?

Publicado em: 09/03/2025

Mas e porque as ilhas de Dubai não avançaram?
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Dubai: o paradoxo do luxo no deserto — entre arranha-céus e ilhas artificiais


Dubai é um símbolo de ambição. Em poucas décadas, transformou um deserto árido em uma metrópole futurista, onde arranha-céus como o Burj Khalifa (o mais alto do mundo, com 828 metros) e shoppings com pistas de esqui sob teto desafiam a lógica. Mas por trás do brilho do ouro e dos iates de bilionários, há histórias de projetos faraônicos que oscilam entre o sucesso e as crises.


De deserto a capital do luxo
A cidade investiu US$ 500 bilhões em infraestrutura nas últimas três décadas, atraindo 17,15 milhões de turistas em 2023 — um recorde pós-pandemia. O plano era claro: tornar Dubai um hub global para os super-ricos, com impostos baixos, segurança e serviços exclusivos. A estratégia funcionou: 67% dos milionários dos Emirados Árabes vivem lá, segundo a Henley & Partners.


Ilhas artificiais: sucessos e polêmicas
Entre os projetos mais ousados estão as ilhas construídas no mar:




  1. Palm Jumeirah:




    • Concluída em 2006, custou US$ 12 bilhões.




    • Tem 5 mil casas, 32 hotéis (incluindo o Atlantis) e atrai 20 mil visitantes por dia.




    • Problema: Estudos apontam erosão acelerada nas "folhas" da palmeira, com risco de afundamento em décadas.






  2. The World:




    • Projeto de 300 ilhas em forma de mapa-múndi, lançado em 2003.




    • Fracasso: Apenas 2 ilhas foram ocupadas (a maioria é areia submersa).




    • Em 2024, o governo anunciou um novo plano para revitalizar a área, convertendo-a em zona eco-turística.






  3. Deira Islands:




    • Projeto de 2015 para 4 ilhas com 21 km de praias.




    • Atualização: Apenas 30% foi construído. A crise imobiliária de 2023 fez investidores abandonarem obras.






Crise imobiliária e adaptação
Em 2023, o mercado de luxo de Dubai encolheu 12%, com preços de imóveis em ilhas artificiais caindo até 40%. A queda é atribuída à superoferta (340 mil novas unidades até 2025) e a críticas ambientais. ONGs alertam que as ilhas destruíram 120 km² de recifes de coral e afetaram ecossistemas marinhos.


Novos rumos: menos ostentação, mais tecnologia
Para se reinventar, Dubai lançou em 2024 o Dubai Urban Tech District, um bairro autossustentável movido a energia solar, e ampliou incentivos a startups de inteligência artificial. A meta é reduzir a dependência do petróleo e atrair talentos globais.


O legado das "maravilhas artificiais"
Apesar dos contratempos, Dubai mantém o título de cidade mais visitada do mundo árabe. Sua lição é clara: o luxo extremo gera fascínio, mas projetos insustentáveis podem virar elefantes brancos. Enquanto isso, o deserto testemunha a próxima aposta: uma "mini-Las Vegas" com cassinos e shows milionários, prevista para 2026.


Imagem: Terra Santa Viagens
Atualizado em: 09/03/2025

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