Publicado em: 29/04/2025
Egito enfrenta desafios com turismo nas pirâmides: entre recordes e traumas
O Egito vive um paradoxo: enquanto atrai milhões de turistas para a necrópole de Gizé – lar da Grande Pirâmide, única maravilha do mundo antigo ainda de pé –, enfrenta relatos de visitantes que saem traumatizados pela experiência. As autoridades correm para melhorar a infraestrutura e o acesso ao local, mas a pressão por resultados econômicos colide com a preservação histórica e o bem-estar dos viajantes.
Turismo em alta, mas sob risco
Em 2024, o país registrou 17,5 milhões de turistas, superando o recorde de 2023, apesar da instabilidade geopolítica regional. O setor, responsável por 10% do PIB, gerou US$ 6,6 bilhões em receitas apenas no primeiro semestre. A meta é chegar a 30 milhões de visitantes até 2030, um salto arriscado para um destino onde relatos de superlotação, falta de estrutura e a intensidade da visita às pirâmides – incluindo túmulos fechados e corredores claustrofóbicos – deixam marcas negativas.
O preço do sucesso turístico
A necrópole de Gizé, principal cartão-postal egípcio, ilustra o dilema: como equilibrar preservação, segurança e conforto em um local que atrai multidões? Relatos de turistas que descrevem a experiência como "aflitiva" ou "claustrofóbica" acendem alertas. Enquanto o governo investe em novos acessos e sinalização, especialistas questionam se as reformas serão suficientes para evitar danos ao patrimônio e garantir uma experiência digna.
O Egito caminha sobre uma areia movediça: o turismo sustenta sua economia, mas sem planejamento, o excesso de visitantes pode corroer justamente o que torna suas pirâmides eternas.