Publicado em: 30/03/2025
Articulações nacionais e o xadrez político no Ceará rumo a 2026
As definições das candidaturas presidenciais e a formação de alianças em âmbito nacional impõem um tom de gravidade que reverbera no cenário cearense. Com dados atuais apontando para incertezas que se intensificam à medida que Brasília redefine estratégias, as costuras locais permanecem cautelosas, criando um clima de expectativa e alerta.
Governo atual e desafios para 2026
Sob a liderança do governador Elmano de Freitas (PT), o governo tem se sustentado em uma base partidária ampla e heterogênea – contando com PT, PSB, PP, PSD, Republicanos e inclusive com elementos de oposição, como PDT e União Brasil – que garantiu a governabilidade no primeiro mandato, mas agora enfrenta o desafio de se manter coesa diante de possíveis realinhamentos decorrentes das movimentações no plano federal.
Impacto da 'superlegenda' nas alianças
Um exemplo emblemático é a possível federação entre União Brasil e PP, articulada pelas executivas nacionais, que pode se consolidar em uma ‘superlegenda’ com força para influenciar decisivamente a sucessão presidencial. Essa fusão, entretanto, promete reverberar nas composições estaduais, transformando antigos aliados em potenciais adversários, o que adiciona um elemento de instabilidade ao xadrez político.
Dilema e direção do PSD
O PSD, atualmente parte da base que apoia o presidente Lula, enfrenta um dilema de identidade. Com Gilberto Kassab à frente da articulação nacional e da Secretaria de Governo na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo – cotado como alternativa de direita para 2026, especialmente se o ex-presidente Jair Bolsonaro se afastar – o partido oscila entre um reposicionamento mais à direita e a manutenção de pontes com o PT, abrindo espaço para, dependendo da conjuntura, integrar uma chapa com Lula.
Perspectivas e incertezas para o Ceará
A indefinição nas cúpulas nacionais repercute diretamente na formação das alianças locais. Enquanto dirigentes cearenses mantêm diálogos constantes, evitam compromissos firmes diante das incertezas, temendo que alianças firmadas hoje se mostrem insustentáveis diante de futuras exigências de federações ou coligações verticais. Assim, a corrida rumo a 2026 será moldada não apenas pelas forças regionais, mas também por decisões estratégicas tomadas em Brasília, o epicentro do poder nacional.