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Câncer que atinge mais mulheres tem novo tratamento

Publicado em: 28/03/2025

Câncer que atinge mais mulheres tem novo tratamento
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Câncer que atinge mais mulheres tem novo tratamento
Novo tratamento reduz risco de morte em câncer de pulmão que afeta mais mulheres


Resumo do Avanço
Um regime inovador que associa amivantamab e lazertinib reduziu o risco de morte em 25% para pacientes com câncer de pulmão metastático ou avançado, doença que impacta predominantemente mulheres e não fumantes. Apesar de elevar a sobrevida, os efeitos colaterais se mostram mais intensos e tóxicos, trazendo à tona um desafio duplo: prolongar a vida enquanto se gerencia a qualidade da mesma.


Detalhes do Estudo
Ao comparar com a terapia tradicional utilizando osimertinib, essa combinação demonstrou maior eficácia no tratamento do tumor de células não pequenas, especificamente nos casos originados por mutação do receptor do fator de crescimento epitelial (EGFR). O estudo, patrocinado pela Johnson & Johnson, evidenciou que, em um período de 42 meses, 56% dos pacientes sobreviveram, contrastando com 44% dos que receberam o tratamento anterior. Segundo James Chih-Hsin Yang, diretor do Instituto de Pós-Graduação em Oncologia da Universidade Nacional de Taiwan, a expectativa é que a sobrevida ultrapasse os 48 meses.


Perspectiva dos Pesquisadores
Durante sua apresentação no Congresso Europeu de Câncer de Pulmão, em Paris, Yang destacou que a aplicação do anticorpo biespecífico amivantamab elevou a sobrevida de dois para três anos, com potencial para mais de quatro, mesmo diante da realidade de efeitos adversos mais graves. O estudo, que abrangeu 267 instituições de saúde e contou com 16 hospitais brasileiros, também demonstrou que medidas profiláticas – como o uso de antibióticos e hidratantes específicos – reduziram pela metade as reações dermatológicas, permitindo prolongar o regime terapêutico.


Análise dos Especialistas Externos
Igor Morbeck, especialista em tumores torácicos, enfatiza que o aumento do tempo de vida global é o grande objetivo de médicos e pacientes, embora ressalte que o osimertinib, já disponível no Brasil, pode continuar sendo a primeira opção devido à menor toxicidade. Já o oncologista Helano Freitas ressalta que a diversificação dos tratamentos permite escolhas personalizadas: “Quando os tratamentos eram escassos, qualquer eficácia valia a pena, mesmo com toxicidade. Agora, com mais opções, os médicos podem alinhar eficácia e tolerabilidade”.


Aspectos Regulamentares e Epidemiológicos
Após a aprovação da Anvisa em janeiro, o novo medicamento aguarda precificação pela CMED para entrada no mercado. Dados recentes mostram que o risco de morte caiu de 20% para 25% com o avanço dos estudos, e há expectativas de melhora conforme novas análises sejam concluídas. A literatura médica confirma que a mutação do EGFR é mais frequente em mulheres, não fumantes e asiáticos, embora os mecanismos exatos dessa prevalência ainda careçam de esclarecimentos definitivos – um convite para que a comunidade científica, com seu olhar crítico, continue desvendando os mistérios da biologia.


Conclusão
Esse avanço no tratamento do câncer de pulmão representa uma esperança concreta para pacientes e familiares, mesmo diante de uma toxicidade que impõe desafios práticos. O equilíbrio entre prolongar a vida e manter sua qualidade é, sem dúvida, um jogo de cintura – onde cada medida profilática e cada escolha terapêutica traçam um caminho que respeita o passado das terapias consolidadas, mas abraça as inovações que o futuro promete.

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