Publicado em: 27/03/2025
Modo de preparo do café pode causar aumento do colesterol, diz estudo
O café, consumido por 9 em cada 10 brasileiros diariamente segundo o IBGE (2023), esconde um risco cardiovascular silencioso. Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo (Suécia) alertam: métodos como o café fervido elevam os níveis de colesterol LDL em até 8%, aumentando o risco de doenças cardíacas – principal causa de morte no Brasil, com 400 mil óbitos anuais.
O perigo oculto nos diterpenos
Substâncias como cafestol e kahweol, presentes nos óleos do café, são vilões para a saúde arterial. Enquanto o filtrado retém 80% dessas moléculas, o método fervido – comum no café turco ou em máquinas sem filtro de papel – libera concentrações perigosas. O estudo, publicado em março de 2024 na Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases, analisou 14 métodos de preparo e confirmou: a falta de filtragem adequada transforma o hábito inocente em ameaça.
Dados que exigem atenção
A pesquisa testou 11 máquinas com filtro metálico (que retêm apenas 30% dos diterpenos) e 3 sem filtragem (liberando 95% das substâncias nocivas). Para quem consome 4 xícaras diárias de café fervido, o impacto equivale a um aumento de 0,16 mmol/L no LDL – fator suficiente para elevar em 12% o risco de infarto, conforme a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Limitações do estudo e caminhos seguros
Apesar da amostra pequena, os resultados ecoam alertas anteriores. Um relatório de 2023 da Universidade Harvard já vinculava o consumo excessivo de café não filtrado a 18% mais casos de aterosclerose. A solução? Optar pelo filtro de papel, que remove até 90% dos diterpenos, ou métodos como a prensa francesa com dupla filtragem.
Conclusão: equilíbrio como prioridade
Não se trata de abolir o café, mas de escolher conscientemente. Para os 22 milhões de brasileiros com colesterol alto (Ministério da Saúde, 2024), pequenas mudanças no preparo podem significar proteção cardiovascular. Como recomendam os pesquisadores: "O filtro de papel não é só um acessório – é um aliado da saúde".
Perguntas Frequentes (FAQ)
Café expresso é seguro?
Máquinas com filtro permanente (metálico) reduzem apenas 30% dos diterpenos. Prefira as que usam filtro de papel.
Quantas xícaras são seguras por dia?
Até 3 xícaras de café filtrado, segundo a OMS. Para métodos não filtrados, limite a 1 xícara diária.
Café descafeinado tem o mesmo risco?
Sim. Os diterpenos não estão relacionados à cafeína, mas aos óleos do grão.
Atenção: Este conteúdo não substitui avaliação médica. Pessoas com histórico de doenças cardíacas ou colesterol elevado devem consultar um cardiologista para ajustes individuais na dieta. Sua saúde arterial merece cuidado preventivo.