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Morre Pepe Mujica

Publicado em: 13/05/2025

Morre Pepe Mujica
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Morte de Pepe Mujica marca o Uruguai e a esquerda global
José “Pepe” Mujica, ex-presidente do Uruguai, morreu nesta terça-feira (13 de agosto de 2024), aos 89 anos, após uma prolongada luta contra um câncer no esôfago em estágio avançado. Sua morte repercute profundamente no cenário político latino-americano, especialmente entre movimentos progressistas que o consideravam um símbolo de resistência e simplicidade. Mujica, que passou 14 anos preso durante a ditadura uruguaia (1973-1985) por integrar a guerrilha dos Tupamaros, deixou um legado que transcende fronteiras.


Trajetória política e resistência
Eleito presidente em 2010, Mujica governou até 2015 e se destacou por políticas sociais inovadoras, como a descriminalização do aborto e da maconha, além de um estilo de vida austero, doando 90% de seu salário a projetos de habitação popular. Sua história de vida – da prisão à presidência – transformou-o em ícone global da esquerda. Em abril de 2024, revelou publicamente o diagnóstico de um tumor agressivo, que se somava a uma doença autoimune crônica, responsável por danos renais e complicações imunológicas há mais de duas décadas.


Pronunciamento do presidente uruguaio
Yamandú Orsi, atual presidente do Uruguai e aliado político de Mujica, emocionou-se ao anunciar o falecimento: "É com profunda dor que informamos a partida do companheiro Pepe. Presidente, militante, guia e referência. Sua falta será imensa, velho querido. Obrigado por tudo que nos entregou e pelo amor inquebrantável ao nosso povo". A mensagem ressalta a dimensão humana e ideológica de Mujica, cuja influência permanece viva no país.


Batalha contra o câncer e complicações de saúde
Em janeiro de 2024, Mujica admitiu que o câncer havia metastizado, acelerando o declínio de seu estado físico. Nas últimas semanas, enfrentou cuidados paliativos devido à terminalidade da doença, mantendo-se internado e sem condições de interagir publicamente. Sua morte encerra uma jornada marcada por adversidades, desde os anos de cárcere sob tortura até os desafios de governar um país em tempos de polarização global.


Legado de um líder singular
Mujica será lembrado não apenas por suas conquistas políticas, mas por sua filosofia de vida. Defensor ferrenho da igualdade e crítico do consumismo, ele desafiou convenções ao priorizar causas coletivas em detrimento de interesses pessoais. Em um mundo ainda marcado por crises socioambientais, sua voz ecoa como alerta sobre a urgência de valores humanos acima do lucro. Sua morte deixa um vazio, mas também um chamado à reflexão sobre o papel da política na construção de sociedades mais justas.

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