Publicado em: 03/04/2025
5 revelações sobre “The Chosen” que definem a urgência da 5ª temporada
Com mais de 700 milhões de visualizações globais e um fã-clube dedicado, The Chosen se consagrou como a maior produção independente da história do entretenimento cristão. Às vésperas da estreia da 5ª temporada, intitulada Última Ceia, a série enfrenta seu desafio mais complexo: retratar a Semana Santa com profundidade histórica e emocional, em um momento global marcado por tensões sociais e busca por esperança.
Investimento sem precedentes na reconstrução da Jerusalém sagrada
Para recriar os cenários da Paixão de Cristo com fidelidade, a produção gastou US$ 20 milhões apenas em construção de sets — o maior orçamento da série até hoje. Em Goshen, Utah, 600 figurantes diários recriaram a entrada triunfal em Jerusalém por 17 dias, enquanto em Midlothian, Texas, ergueu-se uma réplica do Templo de Herodes e do Jardim do Getsêmani. A casa do Sumo Sacerdote Caifás, construída em um novo estúdio, simboliza o palco político-religioso que levará Jesus à crucificação. Esses detalhes não são apenas estéticos: refletem um esforço meticuloso para imergir o público na urgência da narrativa.
A Semana Santa como eixo central: uma narrativa de risco elevado
Diferente das temporadas anteriores, que exploraram milagres e ensinamentos, a 5ª temporada se concentra exclusivamente nos sete dias decisivos que mudaram o cristianismo. Episódios abordarão desde a purificação do Templo — um ato político que acirrou conflitos com autoridades — até a angústia de Pedro diante da negação. O diretor Dallas Jenkins admitiu em entrevista à Variety (2024): "Não há espaço para erro. Retratar a Última Ceia sem clichês exigiu consultoria com rabinos e historiadores por meses". O risco? Simplificar eventos que, para 2,3 bilhões de cristãos no mundo, são pilares da fé.
A Última Ceia como você nunca viu: ruptura com Da Vinci
A famosa pintura de Leonardo da Vinci inspirou séculos de iconografia, mas a série a rejeita. Jenkins explica: "A obra é bela, mas europeiza personagens judaicos e ignora a Páscoa judaica, central naquela noite". A nova versão prioriza detalhes arqueológicos: travesseiros no chão, pratos típicos do século I e diálogos em aramaico. A mudança não é apenas estética: em 2023, 58% do público jovem declararam em pesquisa (Pew Research) valorizar autenticidade histórica em produções religiosas.
Mateus e Judas: crises de fé em tempos de incerteza
A temporada mergulha em conflitos íntimos. Mateus, conhecido por sua lógica racional, questiona Jesus: "Não entendo suas palavras", ao que Ele responde: "Busque a mim, não o entendimento". Já Judas, cuja traição será explorada em cenas "que doem no peito" (segundo Jenkins), ganha camadas inéditas: diálogos com sacerdotes revelam não apenas ganância, mas desilusão com a não intervenção política de Cristo. Em um mundo onde 34% dos jovens cristãos relatam crises de fé (Barna Group, 2023), a série humaniza dúvidas que ecoam até hoje.
Cinema como altar: estreia amplifica impacto emocional
Os dois primeiros episódios chegarão aos cinemas brasileiros em 10 de abril, estratégia que elevou a bilheteria da série para US$ 35 milhões globalmente em 2023. A escolha não é casual: cenas como a agonia no Getsêmani e o grito "Por que me abandonaste?" na cruz foram filmadas para telas amplas, usando tecnologia IMAX. Para Jenkins, "o cinema aproxima o público do peso daquela semana". Com a 5ª temporada, The Chosen não apenas entretém — convida à reflexão sobre sacrifício, poder e redenção em um mundo à procura de respostas.