Armas de brinquedo em crimes: risco letal e consequências severas - Pagenews

Armas de brinquedo em crimes: risco letal e consequências severas

Publicado em: 30/03/2025

Armas de brinquedo em crimes: risco letal e consequências severas
ouvir notícia
0:00

Armas de brinquedo em crimes: risco letal e consequências severas
O uso de simulacros de armas em assaltos não apenas coloca vidas em perigo, mas também acarreta penas equivalentes às de armas reais. Na madrugada desta quarta-feira (26), um homem de 55 anos morreu após tentar assaltar um PM fora de serviço em São Bernardo do Campo (SP) com uma arma de brinquedo. O caso, registrado como legítima defesa, expõe um cenário alarmante: 37% dos roubos no estado de São Paulo em 2024 envolveram simulacros, segundo a SSP-SP.


A lei não distingue: simulacro é tratado como arma real
De acordo com o art. 157 do Código Penal, a "grave ameaça" – mesmo com objeto inofensivo – configura roubo, com pena de 4 a 10 anos. Vanessa Avellar Fernandez, criminalista, reforça: "A vítima não sabe diferenciar. O trauma psicológico é idêntico, e o STJ já consolidou que não há atenuação de pena". Em casos extremos, como morte decorrente do susto, a pena pode superar 12 anos.


Impacto psicológico e judicial: um ciclo de violência
Carlos Dantas Filho, advogado criminalista, destaca que 68% das vítimas de roubo com simulacro desenvolvem transtornos de ansiedade, segundo estudo da USP (2023). O Judiciário considera o efeito intimidatório equivalente ao de uma arma verdadeira, mesmo em tentativas frustradas. "Se o criminoso não consuma o roubo por fatores externos, a pena é reduzida, mas o crime permanece", explica Fernandez.


Caso de São Bernardo: um alerta sobre os riscos
O assaltante foi baleado 10 vezes por um PM que reagiu ao ser ameaçado. As imagens mostram a ação rápida do policial, que atirou mesmo após o homem cair. O objeto usado era um simulacro, mas a reação foi letal. O caso reacende o debate: em 2024, 22 mortes em confrontos com PMs em SP envolveram armas de brinquedo, conforme dados da Ouvidoria da Polícia.


A falsa sensação de impunidade
Criminosos subestimam a lei ao acreditar que simulacros os protegem de consequências graves. A realidade é oposta: além de riscos de morte em confrontos, as penas são duras. Para a sociedade, a lição é clara: a justiça não poupa quem usa o medo como arma – mesmo que falsa.

Mais Lidas