Publicado em: 02/06/2025
Cupertino protagoniza cena tensa em julgamento por triplo homicídio
Em um julgamento marcado por declarações polêmicas, Paulo Cupertino Matias falou por mais de duas horas no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), citando os ex-presidentes Lula e Bolsonaro em sua defesa. O empresário, condenado a 98 anos de prisão pelo assassinato do ator Rafael Miguel e seus pais em 2019, afirmou que, assim como os políticos, "fala o que sente". Sua performance no banco dos réus foi tão conturbada que o juiz precisou adverti-lo por mau comportamento após ele se recusar a seguir o interrogatório e discursar incessantemente.
Vítimas foram mortas a tiros em crime motivado por rejeição ao namoro
O triplo homicídio ocorreu após Cupertino descobrir o relacionamento entre sua filha, Isabela Tibcherani, e o ator Rafael Miguel. As câmeras de segurança registraram o momento em que o réu disparou 12 tiros contra o jovem e seus pais, João e Mirian Miguel, antes de fugir. Capturado apenas em 2022, Cupertino manteve sua inocência durante o julgamento, alegando nunca ter conhecido as vítimas. "Eu não matei o Rafael, eu não matei a família", insistiu, mesmo diante das provas apresentadas pelo Ministério Público.
Depoimentos da família expõem contradições do acusado
Isabela Tibcherani e sua mãe, Vanessa Tibcherani, testemunharam contra Cupertino, confirmando que ele era contra o relacionamento e que as mortes foram premeditadas. Em um trecho impactante, Isabela relatou ter ouvido os disparos, enquanto Cupertino tentou desacreditá-la, afirmando que ela "inventou" a história. "Ela foi iludida, abduzida psicologicamente", declarou o réu, que também lamentou a decisão da filha de abandonar seu sobrenome.
Defesa frágil e condenação unânime
Apesar de tentar justificar sua posse de armas registradas (um revólver .38 e uma pistola .380), Cupertino não explicou o sumiço delas após o crime. Sua fala desorganizada e agressiva, incluindo discussões com sua própria defesa, prejudicou sua imagem perante o júri. A promotoria destacou as filmagens que mostram sua fuga do local, além dos depoimentos das testemunhas. Na sexta-feira (30), a sentença de 98 anos em regime fechado foi proferida, encerrando um caso que chocou o país pela brutalidade e pelo histórico de violência doméstica do réu.