Barroso Alerta sobre Punição e Clemência nos Casos do 8 de Janeiro

Barroso Alerta sobre Punição e Clemência nos Casos do 8 de Janeiro
O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta (28) que a sociedade oscila entre “indignação e pena” em casos como o de Débora Rodrigues, condenada por pichar a estátua da Justiça em 8/1 com a frase “perdeu, mané”. A cabeleireira, que pediu perdão alegando “calor da situação”, enfrenta até 14 anos de prisão. Barroso destacou: “A não punição pode incentivar novos ataques à democracia”.

Divisão no STF sobre Penas
Enquanto Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de Débora, Luiz Fux pediu revisão da sentença, sinalizando tensão entre rigor legal e clemência. Barroso explicou que penas elevadas refletem a soma de crimes cometidos, mas reconheceu a complexidade: “Primeiro é preciso julgar. A discussão sobre redução vem depois”.

Bolsonaro Réu e Disputa Eleitoral
Na quarta (26), o STF aceitou por unanimidade a denúncia da PGR contra Jair Bolsonaro e sete aliados, acusados de liderar o “núcleo golpista” de 2022. O ex-presidente atacou Moraes e reafirmou críticas às urnas eletrônicas, alegando perseguição política. Barroso reforçou: “O processo segue a legalidade, e ele tem direito à defesa”. O tribunal busca concluir o julgamento até 2026 para evitar interferência eleitoral.

Justiça sob Pressão Política
Barroso, que ministrou aula na Uerj, defendeu o equilíbrio entre direito e democracia. Sobre o ex-presidente, afirmou: “Em um país livre, ele pode emitir opiniões, mas a Justiça não pode ser refém de narrativas”. O caso de Débora simboliza o desafio de punir crimes sem alimentar polarizações, enquanto o julgamento de Bolsonaro testa a resistência das instituições em meio a acusações cruzadas.