Publicado em: 30/03/2025
Bebê resgatada em Portugal expõe rede de tráfico internacional
Uma bebê brasileira de 1 ano e 4 meses foi repatriada ao Brasil após ser vítima de tráfico humano por um português. Nascida em outubro de 2023 em Valinhos (SP), a criança foi registrada ilegalmente como filha do suspeito e levada a Portugal em dezembro. O caso, descoberto após denúncia ao Ministério Público, revela a atuação de redes criminosas que exploram 500 mil crianças traficadas globalmente por ano, segundo a ONU (2023).
A investigação: documentos falsos e adoção ilegal
O traficante, detido no Brasil, fraudou registros hospitalares para simular paternidade de dois recém-nascidos. Entre 2020 e 2023, fez 12 viagens entre os países, aproveitando brechas em processos de adoção. “Ele alegou desejo de adotar, mas, diante das recusas, optou por crimes”, explicou Estela Beraquet Costa, da Polícia Federal. No Brasil, o tráfico de pessoas cresceu 18% em 2023, com crianças representando 30% das vítimas (dados do MJSP).
Cooperação internacional e desafios legais
A repatriação só foi possível após ação conjunta da PF, Interpol e autoridades portuguesas. Uma ordem judicial de Portugal confirmou a nacionalidade brasileira da criança, localizada com o cônjuge do suspeito em Valongo. O caso destaca a urgência de tratados bilaterais: apenas 40% dos países têm protocolos eficazes contra tráfico infantil, conforme a UNICEF.
O retorno ao Brasil e a proteção à criança
A bebê, acolhida por uma família temporária em Portugal, chegou ao Brasil sob custódia da Vara da Infância. Agora, aguarda processo de reintegração familiar, enquanto a mãe biológica é investigada por abandono. O traficante responde por tráfico internacional e falsificação – crimes com penas de até 15 anos. O caso, um raro exemplo de resgate bem-sucedido, alerta para a necessidade de vigilância: 70% das vítimas de tráfico no Brasil são meninas, muitas recém-nascidas, segundo o Disque 100.