Publicado em: 28/03/2025
Consumidores lesados pela Hurb e 123milhas: um alerta sobre direitos violados
A crise nas empresas Hurb e 123milhas expõe falhas estruturais no setor de turismo, deixando milhares de consumidores em situação vulnerável. Enquanto a Hurb acumula 17.440 processos apenas no Rio de Janeiro, segundo o JusBrasil, a 123milhas enfrenta recuperação judicial em 2024 após inadimplência generalizada. Os casos revelam um padrão de descumprimento de contratos, com prejuízos financeiros e emocionais para clientes que confiaram em serviços essenciais durante e após a pandemia.
Hurb: pandemia, devoluções e uma crise sem fim
Desde 2020, a Hurb (ex-Hotel Urbano) é alvo de ações judiciais e reclamações em Procons por não reembolsar valores de viagens canceladas durante a Covid-19. A empresa, que prometia flexibilidade, deixou clientes sem respostas sobre passagens aéreas e hospedagens não utilizadas. Em 2023, tentou renegociar dívidas via Termo de Ajuste de Conduta (TAC), mas relatos de consumidores insatisfeitos persistem, indicando que a recuperação ainda é incerta.
123milhas: vouchers obrigatórios e recuperação judicial
Já a 123milhas enfrenta acusações de não emitir passagens compradas em 2023, convertendo valores pagos em vouchers sem opção de restituição em dinheiro. A falta de transparência no atendimento levou a uma enxurrada de processos, culminando no pedido de recuperação judicial em 2024. A medida, porém, não resolve imediatamente os problemas dos clientes, muitos dos quais ainda aguardam reparação.
Diferenças cruciais: estratégias de sobrevivência e impactos
Embora ambas as empresas tenham sofrido com a alta nos preços do turismo pós-pandemia, suas respostas à crise divergem. Enquanto a Hurb tenta renegociar dívidas via TAC, a 123milhas optou pela proteção legal da recuperação judicial. Renata Abalém, especialista em Direito do Consumidor, ressalta que, em ambos os casos, os consumidores devem buscar orientação jurídica para garantir seus direitos.
A situação das duas empresas serve de alerta: em um mercado ainda frágil, a defesa do consumidor exige atenção urgente. Enquanto aguardam soluções, milhares de brasileiros seguem reféns de promessas não cumpridas, destacando a necessidade de maior regulamentação e transparência no setor.