Ex-bailarina do Faustão deixa prisão após habeas corpus - Pagenews

Ex-bailarina do Faustão deixa prisão após habeas corpus

Publicado em: 28/03/2025

Ex-bailarina do Faustão deixa prisão após habeas corpus
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Ex-bailarina do Faustão deixa prisão após habeas corpus, mas caso expõe elo entre luxo e crime
Natacha Horana, ex-bailarina do programa de Faustão, deixou a prisão após quatro meses na Cadeia Pública Feminina de Franco da Rocha (SP), mas segue sob acusação de lavar R$ 15 milhões para o tráfico de drogas. O habeas corpus concedido pelo juiz Roberto Guedes Lima (TJ-RN) permite prisão domiciliar, porém bloqueia suas contas bancárias e impõe restrições como comunicação zero com outros investigados – medida que reflete a complexidade do esquema, ligado a 12 investigações em três estados.


Luxo sob suspeita: viagens e bens de elite no centro do processo
Segundo denúncia de novembro de 2024, Natacha usou recursos ilícitos para adquirir joias, carros de luxo e viagens internacionais por uma década. Dados da Polícia Federal apontam que 78% dos valores movimentados por ela entre 2014 e 2024 não têm origem comprovada. O caso ganhou notoriedade após rastreamento de transações com um líder narcotraficante preso no RN, cujas ligações com a artista foram identificadas via mensagens criptografadas.


Condições da liberdade: vigilância 24h e risco de retrocesso
Agora em prisão domiciliar, Natacha terá de usar tornozeleira eletrônica e só poderá se ausentar de casa com aviso prévio de 72 horas à Justiça. Especialistas alertam: a decisão, embora legal, gera debate sobre privilégios em casos de alto perfil. “A mesma Justiça que prendeu uma mãe solo por furtar comida libera domiciliar para quem move milhões suspeitos”, critica a advogada Carla Lopes, do Instituto de Defesa Popular.


Defesa comemora, mas processo segue: o que vem pela frente
Embora a defesa de Natacha comemore a soltura como “vitória da lei”, o processo criminal avança. O MP-RN já identificou 23 testemunhas e planeja apresentar novas provas digitais até outubro. Se condenada, a ex-bailarina pode enfrentar até 18 anos de prisão. O caso, que mistura celebridade e crime organizado, pressiona autoridades a acelerar a tramitação – hoje, 40% dos processos por lavagem no Brasil levam mais de 5 anos para conclusão, segundo o CNJ.


A saída da prisão não é o fim, mas um novo capítulo em um drama que revela fraturas no combate ao crime financeiro. Enquanto Natacha aguarda julgamento em casa, o caso desafia o sistema a provar que luxo nem sempre é legítimo – e que a justiça não se faz apenas entre grades, mas na apuração rigorosa de cada centavo.

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